quinta-feira, 12 de junho de 2008

Um ano de paixão chinesa

12 de junho de 2008. Há um ano, eu chegava a Beijing. Pouca informação sobre a cidade, um monte de expectativa. A mistura chinesa e cosmopolita da capital logo me encantou e caí de amores. Por aqui, se olha para todos os lados o tempo todo e tudo encerra curiosidade, surpresa, espanto. Se olha para todos os lados e se olha para cima, sempre para cima.

Primeiro, devido à poluição – um dos problemas que Beijing mais se esforça para acabar –, é sempre pro céu que a gente olha para saber como será o dia: de céu azul, cinzento ou até com uma certa névoa.

Olhar pra cima não decepciona. Impossível não esticar o pescoço pra ver os imensos guindastes por sobre as estruturas dos enormes edifícios sendo construídos. O convite para observar os prédios já prontos é outro irresistível. Nunca deixo de ver como anda a construção do prédio da CCTV, a televisão estatal chinesa, cujas duas torres serão ligadas nas alturas.

E, bom, esse olhar para o alto deixa uma sensação de busca de novos horizontes. Novos horizontes que aqui também se traduzem em cores, desenhos e formas inusitadas nos telhados dos templos e das construções antigas, heranças das dinastias como Qing e Ming, que estiveram no poder ao longo de séculos.

Tanta informação nos telhados chineses me deixou com uma mania: clicar os tais telhados. Trago hoje algum destes registros pra tentar passar um pouco do porquê desta minha paixão. As fotos são da Capital e também de fora dela, de outras cidades que visitei neste um ano. Espero que vocês também se encantem um pouco – até porque o dia hoje pede bons prazeres, não é mesmo?

Falando nisso

Feliz dia dos namorados aos namorados, casados, amigos coloridos, amantes e amados. Aos solteiros, como eu, feliz dia de recordar as velhas e doces paixões e de planejar os futuros desejos (desejos se planejam? Bom, não sei, na verdade). Voltemos aos telhados chineses.


Beijing (北京), Estádio Nacional,ou Niao Chao (鸟巢) - Em 8 de agosto, a abertura da Olimpíada será ali. Todos os olhos voltados para o Ninho de Pássaro, apelido que ganhou devido à forma


Beijing (北京) - Centro Nacional para Performances Artísticas (国家大剧院), conhecido também como Ovo, e o prédio da CCTV, lá atrás, com guindastes acoplados ao topo


Beijing (北京), Xuanwumen Xidajie (宣武门西大街) - Casas antigas, construções novas, guindastes, a mistura que se espalha pela cidade


Beijing (北京), Parque Zhongshan (中山公园) - Ao lado da Cidade Proibida, parque tem corredor cujo telhado traz figuras de histórias e lendas chinesas


Beijing (北京), Cidade Proibida, ou Gugong (故宫) - O complexo que antes abrigou o poder tem quase mil cômodos. Esquadrinhar cada detalhe é impossível, mas olhar para o teto dos locais que visitamos é fundamental


Beijing (北京), Parque Beihai (北海公园) - O local já foi restrito apenas a imperadores e à corte e hoje é considerado o parque mais elegante da capital


Beijing (北京), Parque Beihai (北海公园) - A história do parque remonta ao século 13, quando o mongol Kublai Khan (1215-1294), fundador da dinastia Yuan (1271-1368), elegeu o local como seu palácio


Beijig (北京), Templo Lama, ou Yonghegong (雍和宫) - O local mistura arquitetura tibetana, mongol e han (etnia majoritária na China) e serviu como residência de Yin Zhen até 1723, quando este se tornou o imperador Yongzheng


Beijig (北京), Templo Lama, ou Yonghegong (雍和宫) - Após a morte de Yongzheng, o seu filho Qianlong converteu o local em um templo budista da seção Chapéu Amarelo, de orientação tibetana


Beijing (北京), Templo do Céu, ou Tiantan (天坛) - O local teve papel fundamental nas dinastias Ming (1368-1644) e Qing (1616-1911), quando os imperadores iam até lá no solstício de inverno para rituais de oração e sacrifícios


Beijing (北京), Templo do Céu, ou Tiantan (天坛) - Considerado a ligação entre imperadores e o Céu, o templo hoje é um dos mais famosos de Beijing


Beijing (北京), Palácio de Verão, ou Yihe Yuan (颐和园) - Os corredores somam 700 metros e todas as 10 mil pinturas que aparecem nos telhados são diferentes umas das outras


Beijing (北京), Palácio de Verão, ou Yihe Yuan (颐和园) - O nome em chinês significa Jardim para Cultivar a Harmonia, apropriado para um local que sofreu ataques como na Segunda Guerra do Ópio, em 1860, e em 1895, dos japoneses


Beijing (北京), Distrito de Arte 798 - Opa, tem um homem caindo do telhado. O Distrito 798 reúne a arte contemporânea chinesa num complexo de fábricas da época da fundação da República Popular da China por Mao Zedong, hoje desativado


Badaling (八达岭), Grande Muralha, ou Chang Cheng (长城) - O símbolo do país não poderia faltar, no top das montanhas. Badaling é o trecho mais turístico, a cerca de uma hora de ônibus de Beijing


Shanghai (上海), Huangpu Qu (黄浦区), Distrito Central - Encravadas entre arranha-céus e prédios de escritórios modernos, centenas de antigas construções servem como estrutura para pendurar roupas (e como moradia, óbvio)


Shanghai (上海), Pudong (浦东) - Tem horas em que é impossível fotografar os telhados dos prédios sem fim da cidade (o clique é do meu irmão, Cristiano Silveira)


Shanghai (上海), Parque Yu (豫园) - No coração da Cidade Antiga, foi construído entre 1559 e 1577 pela família Pan, poderosos oficiais dos tempos da Dinastia Ming (1368-1644)


Shanghai (上海), Parque Yu (豫园) - A arquitetura típica da região sul da China foi alvo de sucessivos ataques, mas hoje está restaurada e é ponto turístico obritório do coração financeiro chinês


Macau (澳门), Ruína da Igreja de São Paulo - Construída em 1602 por padres jesuítas, a igreja foi destruída em 1835, mas a fachada ficou intacta e revela a cultura religiosa trazida pelos portugueses, que receberam permissão para atuar comercialmente na península em 1557


Macau (澳门), Templo A-Ma - Datado do início do século 16, o templo pode ser a origem do nome Macau, pois os portugueses teriam perguntado que terra era aquela e os habitantes respondido A-Ma Gau, ou Templo A-Ma. O A-Ma Gau teria sido entendido como Macau


Hong Kong (香港) - O verde da ilha de Hong Kong lembra, pra mim, um pouco do Rio de Janeiro


Hong Kong (香港) - À noite, um espetáculo de luzes ilumina os famosos arranha-céus de Hong Kong enfileirados ao longo de Victoria Harbour


Chengde (承德) - Mesmo com o frio do inverno, vale a vista da cidade cercada pelo Rio Wulie (a foto é do Cláudio Meirelles)


Chengde (承德), Putuozongsheng Zhi Miao (普陀宗乘之庙) - A cidade abriga uma réplica do templo tibetano de Potala, construída para a visita de tibetanos e mongóis que foram celebrar os 60 anos do imperador Qianlong em 1780


Chengde (承德), Putuozongsheng Zhi Miao (普陀宗乘之庙) - Próxima a Beijing, a cidade foi residência dos imperadores durante o verão, a partir de 1703


Wutaishan (五台山), Templo Tayuan (塔院寺)- O nome da cidade significa cinco terraços e o local é mesmo alto, a mais de mil metros acima do nível do mar


Wutaishan (五台山), Templo Tayuan (塔院寺) - Na região, começa a nevar em setembro, ainda outono, e só pára em abril, quando já é primavera na China


Wutaishan (五台山)- Uma pequena vila quase se perde em meio aos 47 templos que ainda se mantêm no local, onde foram construídos mais de 360


Yangshuo (阳朔), Xi Jie (西街) - Paraíso de mochileiros, Yangshuo mistura antigos hábitos, e o telhado serve como local perfeito para secar roupas


Pingyao (平遥)- A cidade onde o passado e o presente convida a passeios a pé ou de bicicleta para que se possa ver a arquitetura típica das dinastias Ming (1368-144) e Qing (1616-1911)


Pingyao (平遥)- A cidade foi muito próspera no passado, berço do sistema bancário da China

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