Hoje se completa uma semana do terremoto de 7,1 graus na Escala Richter em Yushu, distrito de minoria tibetana na província chinesa de Qinghai. Segundo os números oficiais, pelo menos 2.064 pessoas morreram e há 175 desparecidos. Para ajudar no resgate, 8 mil soldados do Exército de Libertação Popular estão no local.
Não bastassem todas as cicatrizes pós tremor, o tempo frio - com tempestades de neve e de granizo - se alia à altitude, são quase 3,9 mil metros, para complicar a situação. Sem energia elétrica, com pouca infra-estrutura, o povoado nas montanhas, perto do Tibete, irá se recuperar a duras penas.
Em uma semana, a pacata Yushu se transformou em palco de batalhas mais intricadas que apenas as operações de resgate exaustivas, esforço que reúne os soldados, monges, população local e exclui qualquer ajuda humanitária exterior. A China agradeceu via Ministério das Relações Exteriores o oferecimento de ajuda internacional, mas disse que tem número suficiente de gente para dar conta do recado.
O tibetano que define a população local atrai holofotes e acende debates, provoca paixões e garante decisões e considerações algumas vezes precipitadas. O Dalai Lama anunciou que queria vir apoiar a população local. Falou, mas não pode vir. Assim como quase toda a ajuda do exterior. Repórteres estrangeiros por lá ficam testemunhando o que podem, dizendo que a comitiva do presidente, Hu Jintao, barrou até a passagem de ambulâncias, por alguns momentos.
Uma reedição do luto e dos esforços durante o terremoto de Sichuan, aquele que deixou quase 90 mil mortos em maio de 2008. Na TV, se repetem os esforços para arrecadar doações. Hoje, todos os canais são um só, tudo está fechado, ninguém se diverte.
Luto forçado. Na internet chinesa, nem o Google, que andou protagonizando embates com o governo central devido à censura, escapou à regulamentação estatal e suspendeu o serviço de donwloads de músicas - que assim como serviços de jogos online, bate papo ou qualquer outra atividade que signifique diversão, estão inacessíveis ao longo de todo o dia. Até o site de compras online, o Taobao, gigante que seria uma espécie de Amazon local, exibe as cores preto e branco.
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