quinta-feira, 26 de março de 2009

Crise no mercado asiático

Eu tentarei fazer graça sobre esta história, mas eu acho triste, na real.

O Shanghai Daily, que é um jornal de Shanghai de controle estatal, traz hoje uma matéria cujo título é "Homens estrangeiros nem tão atrativos". Trata-se de uma pesquisa sobre que tipo de marido as chinesas querem. A baixa popularidade dos estrangeiros, segundo a reportagem, começou depois da crise financeira mundial.

Antes, as mulheres dispostas a casar com estrangeiros na China chegavam a 42,5%, número que caiu para 16,8% agora, na comparação com setembro do ano passado. Aliás, agora os chineses são a primeira opção para 68% das donzelas amarelinhas, ante 53% de há poucos meses.

Fiquei passada com a notícia. Ainda mais neste país, onde a prostituição é proibida.

A matéria fala, claro, que não é uma questão de caçar marido rico. A preferência pela prata da casa se daria porque os locais têm a cultura de economizar dinheiro, enquanto os estrangeiros não estão muito aí para poupança (eu diria, num ataque de irritação, que realmente os que casam com chinesas não estão aí mesmo para poupança, mas isso é outra história). E depois vêm com este papo de amor. Ahan. Antes os chineses não poupavam, então?

Tá, sem generalizar, não posso ficar braba com a pesquisa, que talvez nem refleta o que pensam todas as chinesas, mas se eu encará-la com um pouco de seriedade, ela põe por terra a simpatia que procurei ter em relação aos casais compostos de chinesas e estrangeiros.

Na vida real, urbana, no dia a dia e nos bares, restaurantes e afins de Beijng, cidade onde eu moro, é supernormal ver chinesa com estrangeira. De um modo geral, o diagnóstico para o fenômeno é que as chinesas vêem nos homens ocidentais um meio de terem um passaporte - literalmente - para o mundo, além de grana. Nos meus dias de bom humor, eu costumo pensar que é bem mais do que isso. É encontrar um companheiro que esteja mais aberto às expectativas e desejos do universo feminino, o que pode incluir questões que vão do sexo à maternidade e à vida profissional. No ocidente somos menos reprimidos, os homens são mais abertos, o que torna os casais mais amigos, algo nesta linha. Pô, seria de se respeitar que algumas chinesinhas não dessem nem bola pras diferenças culturais e fossem construir suas vidas matrimoniais com gente que nem fala a língua delas.

Aí vem a tal pesquisa pra dizer que não, a escolha do parceiro tem a ver com grana. Isso me faz pensar que tem muita mulher que nasceu pra ser submissa mesmo. Neste balaio, estariam aquelas que querem alguém que lhes garanta um futuro confortável. Me poupe! Pois outra pesquisa envolvendo chinesas que ganhou o mundo indica que os ricos dão mais prazer às mulheres. Numa sociedade socialista, comunista, pelo visto dinheiro compra até orgasmo. Quem diria.

É, o texto não ficou por nenhum momento engraçadinho. Mas é tão triste ver a escolha de uma vida que tem a ver com seu cotidiano, seus filhos e sua família ser orientada por dinheiro. Aff

4 comentários:

kika disse...

esse tipo de pesquisa sempre me irrita, mas o fato de nós particularmente não nos identificarmos com determinados padrões não sigifica que eles não existam.

e como sai pesquisa nessa linha, impressionante!

http://www1.folha.uol.com.br/folha/ciencia/ult306u540327.shtml

quanto às chinesas e sua relação com homens estrangeiros... acho que só quem já morou por aqui pode entender hehe

Jana Jan disse...

Eu queria saber se as fotos foram tiradas com o mesmo homem.
:)
Ai, como me irrita.

Menina, tou com duas amigas namorando chinês. Um viva para as mudanças de paradigmas. Aliás, vou perguntar se elas estão economizando dinheiro.
:P

kika disse...

ooooolha que avanço!!!!!!
minha tia que também mora aqui tem altas ganas de namorar um chinês, mas ainda não deu sorte e ela até que já tentou alguma coisa. haha
como dizer,hm, comprovou que a "aquela" fama não é totalmente infundada =P

Jana Jan disse...

Ai, infelizmente estou ligada sobre a fama.
Rá!