segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

Notícias tristes



Na última sexta-feira, recebi uma notícia muito triste por msn. A Sandrinha, Sandra de Moura Mesquita, lá de Terra de Areia, morreu em um acidente de carro na manhã de 1º de janeiro, na Estrada do Mar. A tragédia ainda vitimou a colega de Sandrinha, Vera Lúcia Souza Teixeira.

Acidentes de carro me sensibilizam muito, as mortes causadas pela violência no trânsito não parecem ser justificáveis. Há muitos anos não via a Sandrinha, mas sou muito amiga do irmão mais velho dela, o Junior, e guardo lembranças muito boas dos pais dela, o Ademir e a Cidinha. Na sexta, quando a Mara me contou do acidente, fiquei muito chateada, querendo fazer algo. Neste ano, a RBS está trabalhando com a campanha pelo fim da violência no trânsito. Acho que é hora, cada vez mais, de pensar em como nós mesmos nos comportamos no trânsito, como motoristas, caroneiros, pedestres, ciclistas. É hora de lembrarmos as vítimas das estradas, como dia desses o Sant'Ana fez com o meu querido colega do clic Bruno Neumann, vítima de um atropelamento numa tarde de sábado em Porto Alegre, pertinho da Redenção.

O pai da Sandrinha, como fez o pai do Bruno, também fez seu relato triste e contudente, o qual reproduzo um trecho para vocês.

Minha filha e seu companheiro, Renato Borges da Rocha, vieram na noite do dia 31/12 passar conosco a virada do ano em nossa casa de praia em Santa Rita de Cássia, distrito de Terra de Areia. Sandra era nossa filha adotiva e de pele negra.

No dia seguinte, os dois saíram as 6h, pois Renato estava a levando ao trabalho, na praia de Rainha do Mar, no seu carro, um Fiat Uno, ano 1996. No caminho, encontraram a colega de Sandra e deram carona. Vera era uma pessoa humilde, separada e com dois filhos menores para criar.

Na Estrada do Mar, Km 38, em Capão Novo, as 6h45min, sofreram o trágico acidente. Um Gol, conduzido pelo jovem Vagner Galli da Foutoura, invadiu a pista contrária, colidindo contra o carro de meu genro. Minha filha e sua colega tiveram morte instantânea.

Meu genro, que estava consciente, pedia por socorro e IMPLOROU aos policias um telefone, para que pudesse avisar os familiares. Os policiais diziam que os familiares já tinham sido avisados e que estavam chegando. Nós, (eu, minha esposa e meus outros filhos) estávamos em casa sem saber de nada, só ficamos sabendo do ocorrido através de um amigo às 12h15min. Eles haviam assistido a notícia no Jornal do Almoço. Ali, pediam a presença dos familiares, pois os corpos já estavam no IML. O mesmo aconteceu com os familiares das outras vítimas, que só ficaram sabendo através de nós.

Minha filha e sua colega estavam mortas, ficaram três horas em cima do asfalto esperando a chegada do IML, imcompatiblizando o tempo necessário para doação dos órgãos, uma vontade minha, de minha esposa e de seu companheiro, já que minha filha gozava de ótima saúde.

Tamanha é minha indignação que resolvi fazer este relato, sei que minha filha e sua colega não voltarão mais a este mundo, mas quero divulgar para que não aconteça mais com outras vítimas humildes.

Atenciosamente,

Ademir da Silva Mesquita

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