terça-feira, 19 de maio de 2009

Lula e os 13 acordos com Hu

13 acordos sino-brasileiros , entre os quais US$ 10 bilhões em empréstimos do Banco de Desenvolvimento da China para a Petrobras, numa operação que deverá ajudar a brasileira a desbravar o pré-sal. E agora vai.

De brinde, a instalação de uma unidade da montadora chinesa Chery, (http://www.cheryinternational.com/), negócio que já havia sido anunciado, mas que agora parece ter data para começar. E será ainda neste ano. O que falta é definir o Estado que receberá a fábrica, mas como o Rio Grande do Sul está fora, a Yeda pode se livrar de ouvir, eventualmente, que mandou a Chery embora. Na real, ela tem outras tantas coisas para se preocupar.

Parece que foi mesmo produtiva a visita de Lula a Beijing – que só acaba amanhã. O petista celebrou junto ao colega chinês, o Hu Jintao, o fato de a China ter ultrapassado os Estados Unidos como maior parceiro comercial do Brasil. E tome fôlego.

Analistas de mercado dizem que os resultados positivos que alavancaram as compras do pais chinês são fruto do pacote de estímulo do governo do Partido Comunista da China para escapar da crise. Na onda do dinheiro vivo, vieram investimentos pesados em infra-estrutura e, logo, a necessidade de compra de minério de ferro. E da necessidade de combustíveis, diga-se petróleo. Santa coincidência. Ao lado da soja, que também bombou no mercado asiático, estes são os produtos brazucas que mais vendem por aqui.



O governo chinês mostrou que tem bala na agulha para deixar a crise para os outros e acabou por ajudar o Brasil. Tem mais. Hoje mesmo os bambambans do poder beijinense anunciaram que a China crescerá 8% em 2009, custe o que custar. E tem caixa para isso, uma vez que até agora, nem foi preciso usar todo o investimento previsto no pacote de estímulo de 4 trihões de yuans. E de onde veio esta desmesura de dinheiro tem mais, se preciso for.

Claro que nem tudo são flores pra Lula. Ele volta pra casa com dois temas a fazer. Um se refere à venda de aviões da Embraer para uma companhia chinesa. Há problemas de internacionalização dos produtchénhos. O outro, as vendas de carne bovina e suína para China. A galera aqui é chegada num porquinho, consumindo 40% da produção mundial – e os suinocultores brasileiros estão loucos para fisgar os glutões. Não é todo o dia que se descobre um quitute apreciado por um mercado de 1,3 bilhão de bocas. Ainda não foi desta vez que os chineses embarcaram nos porcos brasileiros, mas quem sabe avança.


Lula começou o dia na imprensa, ao publicar um editorial no China Daily (http://www.chinadaily.com.cn/opinion/2009-05/19/content_7790017.htm), jornal estatal chinês em inglês. Ali, o presidente diplomaticamente reforçou o papel de peso dos dos países em desenvolvimento no cenário mundial. Como economias em franca expansão, China e Brasil parecem mesmo estar na dianteira. Mês que vem, outros dois parceiros do bloco Brasil, Rússia, China e Índia, os Bric, têm encontro em Moscou. A ver quem fala mais alto.
Falar em falar, para além dos acordos financeiros e comerciais, que é o que interessa, Lula reforçou a necessidade de mais entendimento cultural entre chineses e brasileiros. Eu estou aqui me esforçando. O cartunista do China Daily também.



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