quarta-feira, 2 de abril de 2008

Uma viagem chinesa


Galera aproveita pra registrar o momento em meio a neve - um dos únicos meus na vida, talvez, visto que não sou fã do frio
Foto: China in Blog

Wutaishan foi o meu primeiro destino nas montanhas até agora aqui na China. Emoção do início ao fim. Depois de seis horas de trem partindo de Beijing, chegamos à estação de trem em Wutaishan. Lá pelas 3h. Na pequena estação, encontramos um irlandês, Mark, abandonado pelo guia. O guia não estava ali porque a neve não o havia permitido descer a montanha. O senhor que vendia passagens aconselhou que voltássemos de trem a Beijing. Os senhores do táxi e dos micro-ônibus diziam que daria pra subir a serra.

Éramos oito, mais o Mark, gente suficiente pra cair na conversa dos motoristas. Vamos à serra!

Eu estava morrendo de medo, odeio estradas, subir uma serra em meio à neve não é exatamente meu sonho de consumo. No meio da madrugada então, a única coisa que me consolava era saber que não via o perigo que estava passando.

Pelo meio do caminho, a van atolou na neve, saímos depois de a "equipe" do veículo ter colocado fogo para desatolar - numa maravilhosa estratégia que deu medo de o carro todo se incendiar. Ok, uma hora e meia depois, ou pouco mais que isso, estávamos no topo.

Wutaishan tem 47 templos, foi onde mais vi a cultura budista por aqui até agora - está contada nas imagens que mostro a vocês. A cidade é minúscula e passear pelas ruas principais requer uma disposição para uma caminhada de 40, 50 minutos. Para contemplar a paisagem, dois, três dias. Fizemos a versão resumida, visto que só teríamos o sábado por lá.

A comunicação, esta eu garanto: é necessário falar um pouco de chinês ou ter um guia. Mas o passeio é imperdível. Daí, duas dicas para turistas que se aventuram por esta montanha - conhecida por ser um local para contemplação e serenidade: ou ir na temporada sem neve, entre maio e setembro, ou subir a serra durante o dia. Evite o período entre janeiro e fevereiro.

Sério, quando desci a serra, vi o perigo que havíamos corrido. Há desfiladeiros gigantes bem ao lado da estrada - cujo leito, em muitos trechos, serve para que passe apenas um veículo.

Demais peculiaridades: o trem, só se compra passagem na volta uma hora e meia antes, e, ainda assim, em classes populares. Prepare-se para uma boa aventura, esqueça o conforto. Mas, no final, como toda aventura, esta chinesa foi inesquecível!

Ah, antes de entrar na área da cidade, na montanha, é preciso pagar 140 (pouco menos de R$ 50) yuans pra admissão. A taxa é bem válida, já que a maior parte dos templos tem admissão gratuita - e as que cobram, cobram em torno de 5 yuans, pouco mais de R$ 1, na conversão.


A montanha cheia de neve, para brasileiros que nunca viram tanta neve como eu, é encantador


Centro da cidade, decorado com as lanternas chinesas


Companheiros de viagem


Esse é o registro da balada de sábado à noite. Até no interior o povo sai no sábado à noite!

Monges contemplam a paisagem e a vida budista


Neve pouca é bobagem!


O óleo para as lanternas dentro do templo é só para as lanternas budistas. Não poderia ser mais específico, não?


O parkinj revela uma escorregadela no inglês (seria parking, estacionamento, em português)


Os banheiros em forma de cogumelo são uma graça, né?


Wutaishan tem o maior sino cunhado em bronze da China

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