Voltar para casa pode ser uma tarefa difícil após um terremoto como o que atingiu a província chinesa de Sichuan nesta segunda-feira.
–Você não estava aqui, por isso diz que posso voltar. Sinto o chão tremer, jamais vou poder pisar forte, tenho a impressão de que meu apartamento irá desabar - desabafa a espanhola Sara, 35 anos, há três em Chengdu, capital de Sichuan.
Na segunda, quando o terremoto atingiu 6.5 graus na escala Richter na cidade de 3,2 milhões de habitantes, Sara estava trabalhando no apartamento em que vive, no sétimo andar. Ela não sabe quanto tempo durou o tremor, mas sabe que foi tempo suficiente para sair correndo e alcançar o térreo. E tudo ainda balançava.
Descalça, sem celular e sem dinheiro, buscou ajuda com amigos. As pessoas estavam todas nas ruas, segundo conta. Ela ainda não conseguiu dormir em casa, mesmo sabendo que o pior já passou. O departamento de sismologia local ainda prevê outro tremor forte para as próximas 24 horas, mas há quem diga que isso não ocorrerá.
Sara acredita que tudo ficará bem, mas fica a sensação ruim de ter visto a casa tremer. Há rachaduras nas paredes do quarto e da sala. E o clima da cidade aumenta a sensação de insegurança. Segundo ela, pessoas dormem em barracas improvisadas nos parques, há falta de agua nos mercados.
– Todo o mundo quer estocar. Eu mesma comprei três litros de água e uma caixa de chá – conta. Para ela – e para muitos outros moradores – a segurança está em ficar o mais perto do solo possível. Quem não optou por barracas, dorme em carros, mesmo em esteiras estendidas no chão. Salões de festa, saguões de prédios, tudo parece ser mais seguro para quem sentiu seu lar tremer, teve medo por sua integridade física, pelo que poderia acontecer.
– Você não tem noção do barulho dentro de casa, nas escadas do prédio.
Chengdu não foi o local mais atingido. As principais perdas se deram em áreas rurais, vilas como a de Wenchuan, onde milhares de pessoas morreram ou estão feridas ou desaparecidas. Após o tremor principal, vários tremores se seguiram, o que agrava a sensação de insegurança.
Os primeiros dias de resgate foram de chuvas intensas (e, mesmo assim, muita gente dormiu em barracas nas ruas de Chengdu, conta Sara). Agora, o sol parece ter voltado, o que pode auxiliar as equipes de socorro.
Há uma semana
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