A chuva que cai na região de Sichuan, província a sudoeste da China onde se localiza a vila de Wenchuan (汶川), epicentro do terremoto no país, retarda os trabalhos de resgate das vítimas e pode esconder a dimensão de uma tragédia ainda maior - se é que números podem transformar em maior ou menor a dor causada por vidas que vão cedo demais, por vidas que precisam ser refeitas.
Enquanto os dados sobre o número de mortos são incertos - e só crescem até agora -, o país se divide entre o clima de comoção e o sentimento de que é preciso continuar.
Cheguei no final da noite a Chongqing (重庆), cidade a menos de 300 quilômetros de Chengdu (成都), capital de Sichuan. Na capital, aeroporto fechado. Por aqui, onde 50 pessoas morreram, o clima é de aparente normalidade. Na madrugada desta terça-feira, muita gente ficou na rua, com medo de dormir nos arranha-céus da cidade. Hoje, o medo deu lugar à retomada das tarefas cotidianas, ao que se percebe.
Nas ruas, ao perguntar para taxistas, garçonetes, atendentes, o que mais se ouve dizer é que eles sabem, sim, do terremoto. E ponto. Apenas no aeroporto duas agentes de turismo admitiram que a terra tremeu por dois minutos na tarde de segunda-feira.
Não há informações sobre brasileiros feridos pelo terremoto. O presidente Lula enviou uma mensagem de condolências à China, reproduzida há pouco pelo canal estatal de televisão, CCTV. Diversos governantes seguiram o mesmo caminho, e o governo chinês já fala em aceitar ajuda internacional. Indicativo de que os números podem ser ainda mais sombrios.
Há uma semana
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