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quinta-feira, 29 de maio de 2008
Hein? Fala mais devagar
Sobre Amor, produção de 2005 dos diretores Ten Shimoyama (Japão), Chin-yen Yee (Taiwan) e Yibai Zhang (China) conta três histórias sobre três casais. Todas se interligam.
Bacana... Mas e daí? Daí que assisti hoje a este romance e pensei: Encontros e Desencontros (a tradução super estranha para o Lost in Translation, 2003, de Sofia Coppola) já era. Tá, não é pra tanto, mas eu me apaixonei por Sobre Amor, fazer o quê?
Primeiro, o que tenho a fazer é contar um pouco do filme pra vocês.
Bem, Sobre Amor é a tradução para o título em inglês About Love. Em mandarim, a película é 恋爱地图, Lian Ai Ditu, ou Mapa do Amor. Chineses e japoneses vivem romances dificultados - ou ampliados e aprofundados - pelas barreiras da língua. No casal, ou projeto de, um fala japonês, outro chinês. Num dos casos, um inglesinho bem básico ajuda.
Sempre há um estrangeiro nas histórias, ou seja, gente que vive fora do seu país - e que não fala, ou não domina e até está bem longe disso, o idioma local. Perfeito para eu me sentir quase dentro do filme. Também perfeito para saber que esqueci o japonês que sabia, que estou longe de saber mandarim. Mas isso é outro papo.
Lian Ai Ditu é pura poesia nas ruas de Tokyo, Taipei ou Shanghai. Mostra solidão, insegurança, conquista, amizade e curiosidade na medida certa, aquela que te faz te aproximar de alguém pra falar mais com olhos e o corpo do que usando palavras.
Para quem é apaixonado pela Ásia, nada melhor do que passear pelas ruas abarrotadas de Tokyo, visitar a beira da praia em Taipei (lá ainda não fui, será que é legal como parece? Tinha até um Fuca estacionado numa das ruas) e curtir a mistura moderna e suburbana/caótica de Shanghai. Destaque para as roupas penduradas para fora das janelas todo o tempo.
O filme é delicado sem ser meloso, e o desafio está em entender o outro na comunicação falha que leva à irritação, aos momentos de profundo silêncio, às gargalhadas inevitáveis e a uma curiosidade crescente. E o "Te Quiero", espanhol que cruza a fronteira e representa com louvor uma língua latina nesta babel asiática, tem um papel fundamental. Entenderá o corajoso que seguir a minha dica e resolver assistir ao filme.
Estou mesmo encantadíssima. Quem se aventurar, encontra inteirinho aqui (em japonês e mandarim, com legendas em chinês). Talvez haja em locadoras no Brasil. Numa busca rápida pela internet, vi em algumas listas de sites brasileiros especializados em cinema. Aqui, encontrei o filme graças a Aida, chinesa que me ensina mandarim e que... já morou em Porto Alegre.
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