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terça-feira, 20 de maio de 2008
Gaúcho ganha férias forçadas de terremoto
Gustavo e os companheiros de clube Danilo, outro brasileiro, o uruguaio Pablo e o argentino César
Foto: Arquivo Pessoal
O resultado de uma lesão no joelho são férias forçadas para Gustavo Saibt Martins, de 28 anos, centroavante do time chinês Wuhan. O gaúcho natural de Gravataí embarca ainda esta semana para o Rio Grande do Sul. Vai ficar em Canoas, sob cuidados médicos e, claro, na companhia da mulher, Silvana, 26, e do filhote Davi, 4 anos.
A lesao não é grave.
- Mas com joelho não se brinca - avalia o jogador, que já enviou imagens da ressonância magnética a fim de que o médico brasileiro adiante os trabalhos.
Será boa esta pausa, ele admite. Na China há pouco mais de dois meses, está louco de saudades de casa. E com o terremoto que atingiu o país:
- Vai ajudar bastante - afirma ele, em relação à ida ao Brasil. E completa:
- Os meus familiares ficam a toda hora ligando pra eu voltar pra casa. Acho que ficam mais assustados do que nós que estamos aqui - diz Gustavo, ou o Papa, apelido que ganhou nos tempos em que atuava no Colorado.
Wuhan fica a 1,1 mil quilômetros de Chengdu, capital da província de Sichuan, onde ocorreu o epicentro do terremoto de 8 graus na Escola Richter. É praticamente o que separa Porto Alegre de São Paulo. O gaúcho não sentiu nada de tremor, estava de carro. Mas ele viu o pânico nas ruas.
- Todo o mundo saiu correndo dos prédios e bancos. Eu não sabia o porquê, só depois fiquei sabendo - conta ele.
Gustavo relata o que muitos outros contam por aqui: quem estava pelas ruas, no térreo, não sentiu. Isso se repetiu em Beijing e mesmo em Chengdu, durante os tremores secundários que ainda ocorrem pela China. Mas deu medo de continuar em Wuhan?
- Sim, você fica nervoso, pensando: "E se der um mais forte?", "E se o epicentro for perto?". Tudo passa na cabeça - lembra o jogador.
Volta marcada
Com ou sem nervosismo, Gustavo volta para Wuhan. Quer ajudar o time da primeira divisão do campeonato chinês. Até agora, o gaúcho fez um gol pela equipe asiática. Vai ter de fazer bem mais no retorno. É que o Wuhan (nome do time, nome da cidade) ocupa a lanterna, atrás de outras 15 equipes que compõem a elite do futebol chinês. Hein? Como é a elite do futebol chinês?
- A maneira de jogar do chinês é muito diferente. A primeira coisa que eles pensam é em defender. Já no Brasil, a primeira coisa é atacar - compara o centroavante que, ironia ou não, se pegou defendendo a meta pelos campos asiáticos numa partida em que o goleiro foi expulso.
Gustavo se vira. Já jogou por um ano na Suécia, outro meio ano na Alemanha. Em gramados gaúchos, além do Inter (clube em que ficou por dois anos), defendeu o Juventude e o Grêmio, esses no início da carreira. No ano passado, foi campeão da Serie B do Brasileirão pelo Coritiba.
No Wuhan, o contrato vai até dezembro. A passagem de volta para a China tem data, 12 de junho. Hm... Dia dos namorados. A Silvana vai entender? Ele garante que sim. Aliás, está ansioso por julho, quando a mulher e o filho embarcam rumo à Asia. Por enquanto, aguardam o fim do semestre dela, que cursa Direito na Universidade Luterana do Brasil (Ulbra), em Canoas.
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