quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

12 anos da morte de Deng Xiaoping



19 de fevereiro é a data da morte de Deng Xiaoping (邓小平), que, pra quem não sabe, foi o responsável por implementar a política de reforma e abertura da China. Hoje, no 12º aniversário de morte,flores foram levadas ao túmulo do ex-presidente, na cidade de Guangan, província de Sichuan.

Deng foi o sucessor de Mao no governo. A política que ele conduziu é simplesmente o motivo pelo qual o país deixou de ser uma nação pobre para se transformar na quarta maior economia mundial. Nada mal para 30 anos.

Oficialmente, a política entrou em vigor em 18 de dezembro de 1978, durante a terceira Sessão Plenária do 11º Comitê Central do Partido Comunista da China. Em julho do ano seguinte, o país implementaria quatro zonas econômicas especiais, umas das iniciativas mais visíveis para o exterior de o que a China se propunha no momento: fazer negócios com os demais países. As zonas escolhidas foram as cidades de Shenzhen e Zhuhai, em Guandgong (Cantão), então meras vilas de pescadores, e Shantou e Xiamen, em Fujian, outras duas cidades costeiras.

Em 1997, prestes a comemorar 20 anos da implementação da nova diretriz, a China recebeu da Inglaterra a então colônia Hong Kong, inaugurando um inusitado modelo que muito orgulha os dirigentes chineses, o de um país, dois sistemas. Hong Kong, centro financeiro mundial, manteve sua política capitalista, mesmo sob o manto do governo central de Beijing, que se denomina socialista, com características chinesas.

Tais características garantiram a entrada na Organização Mundial do Comércio (OMC) em 2001, o que, na prática ajudou as commoditties da China a circularem mundo afora. Lembrem, as zonas especiais constituídas lá em 1979 tinham uma razão de ser. Para o país? Em 2006, o Produto Interno Bruto (PIB) chinês cresceu a invejáveis 9,67%, bem acima da média mundial daquele ano, de 3,3%. O Brasil, para quem não lembra, após uma revisão dos métodos de cálculos feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ficou em honrosos 3,7%.

Nestas últimas três décadas, o ganho anual dos moradores urbanos, numa média per capita, pulou de US$ 46 para US$ 1,611. Nas zonas rurais, este valor era de US$ 18 e hoje passou para US$ 491, segundo números do governo chinês. Aliás, a foto das moças aí abaixo é da década de 1980 e integrou uma exposição sobre os anos subsequentes à adoção da política de Deng realizada em Beijing no ano passado.




Livro


Deng Xiaoping tem todo este papel central nas reformas que garantiram à China o papel que ela ocupa hoje na política e economia global. No entanto, não sei se esta é uma impressão só minha, mas ele me parece um personagem esquecido quando o tema é governo, economia e política chineses.

Em português, um livro de leitura chata (opinão minha, dã), mas interessante, é A China de Deng Xiaoping, escrito por Michael E. Marti. No site da Livraria Cultura, é possível entrar o PDF do primeiro capítulo. Aproveita a palhinha.

Outro que citou o Deng foi o jornalista Daniel Piza, no artigo Ensaio da China, publicado por ocasião da Olimpíada do ano passado. O clique no link é mais do que recomendado.

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Ah, as fotos que ilustram este post estão no especial sobre os 30 anos da reforma de política e abertura publicado pela agência de notícias Xinhua. Em inglês.

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