terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Massinhas chinesas

Dia desses fui a um restaurante chamado Loft MianKu (escrito assim em madarim: 面酷), um local onde se comem massas (mian) oriundas da província de Shanxi (山西). A região, famosa pela produção de carvão, também responde pelos mais deliciosos vinagres da China. E vinagre é assunto sério nestas bandas. Vai com a massa, com saladas, com jiaozi - os famosos gyoza, como ficaram popularizados no Brasil.


O restaurante tem um astral muito peculiar. As paredes são pintadas num clima meio grafite. Panelas imensas com água fervendo lembram os restaurantes de lamen (ラーメン) que encontramos às pencas no Japão - pra quem está em São Paulo, a dica é ir ao gracinha Aska, na Liberdade.



Voltando a Beijing, o MianKu se notabiliza pelas massas feitas na hora, o que inclui modelar os pedaços em frente aos clientes. De um pedaço considerável de massa saem deliciosos espaguetes, bastando para isso que o cozinheiro antes se dedique a um intrincado estica e puxa - a expressão notabilizada pela Xuxa, vejam só.

Para quadradinhos, pega-se uma tira e vai-se arrancando nacos quadrados até que todo o pedaço tenha ido parar dentro d'água. Outro show. Tem foto aí abaixo, mas ao vivo é bem melhor. Quem diz isso acho que é o Faustão. Nossa, que fase a minha.



Uma das especialidades da casa é o macarrão de espinafre. Um fio comprido, comprido é cozido junto (sério, as massas ficam menos de dois minutos na água fervente, al dente, al dente!) e depois colocado inteiro no prato. Comprido é tipo uns 2 metros, imagino. Pois no dia do aniversário, o vivente tem de comer o fio de massa de cabo a rabo sem quebrá-lo ou mordê-lo, a fim de garantir que terá uma vida longa e sem percalços. Haja coração! Ai, não, Galvão Bueno só poderia aparecer por aqui pra indicar que esta é a rua onde fica o Aska, no número 466 (e pra quem perdeu o fim da meada, o Aska é o restaurante de lámen em São Paulo).

Bueno, o MianKu tem características chinesas que vão além da feitura das massas e do vinagre como condimento especial. O horário é o de jantar chinês, o que significa que é melhor nem pensar em ir até lá se já tiver passado das 21h30min. O preço segue os padrões chineses e, com duas cervejinhas por pessoa, a refeição custa uma média de 60 kuais, ou em torno de R$ 20.

Aqui abaixo, você vê dois tipos de massa, a de espinafre e um espaguete. Ao lado, estão diferentes molhos que acompanham. Você pode escolher entre sabores como refogado com carne de gado, beringela em conserva, entre outros. A pequenina chaleira - marrom que se vê na foto - traz o vinagre.



Pulinho no Japão

Se pela China as massas de Shanxi fazem sucesso, no Japão são as de Kyushu que têm boa reputação. O nome remete à ilha mais ao sul do arquipélogo, considerando-se as principais do país, que incluem ainda Hokkaido, Honshu e Shikoku.

O lámem de lá é o tonkotsu ramen (os japas escrevem ramen, e em katakana fica assim: ラーメン), massa também al dente cozida num ensopado consistente de porco. Na hora em que o prato é servido, dá-lhe fatias de porco para completar o visual e o sabor.

Quem estiver por Tokyo ou de viagem marcada para lá, é bom guardar o nome Kyushu Jangara Ramen, que em japonês é escrito assim 九州じゃんがらラーメン. Espalhado pelos principais bairros da capital japonesa, como Harajuku e Shibuya, a rede é simplesmente deliciosa - Taihen oishi desu!

Dica: o cardápio vem só em japonês e escolhido o prato, você faz o pedido no caixa e paga antes. Depois fica atento até o cozinheiro chamar.


De volta pra casa




Depois do passeio oriental, observe como terminou a noite no MianKu.




Enquanto os meninos que antes preparavam a massa matavam a fome,



outros davam um jeito de deixar tudo limpo pro dia seguinte.



Achei o maior barato a limpeza. Juro.

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