quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Os otimistas estão chegando

O brasileiro é o segundo povo mais otimista do mundo. Adivinhe quem são os primeiros? Os chineses. Bem, pelo menos isso é o que conta uma pesquisa realizada entre 10 de abril e 6 de maio pelo instituto norte-americano Pew Research Center.

 O motivo para a alegria? Acertou quem disse que foi a economia. Entre  os brasileiros, 50% estão satisfeitos com a situação geral do país. Entre os chineses, este índice pula para 87%. Mas tudo bem, quem sabe, chegaremos lá.

A frase é batida, mas é verdade: as relações entre os dois países só faz crescer. Tudo bem que os chineses têm uma baita vantagem também financeira nesta balança. E vai ver que é daí que advém a vantagem otimista também. Afinal, eles estão 27 pontos percentuais a nossa frente nesse quesito, ainda que em pesquisa a gente esteja habituado a margens de erro de dois ou três pontos percentuais para cima ou para baixo. Já dá uma diferença, mas que eles continuariam na frente, ah, isso eles continuariam.

O tal affair sino-brasileiro que só cresce já desperta curiosidade mundo afora – há quem diga que talvez também desperte inveja, mas isso é especulação. O Financial Times dia desses publicou matéria em que analisa essa relação crescente entre duas das maiores economias em desenvolvimento. O futurologismo do jornal aponta: pode se tornar a aliança mais poderosa na economia global em uma década.

Não é pouca coisa. Os dois países já são os maiores parceiros comerciais. As companhias chinesas que haviam feito investimentos diretos de US$ 5,5 bilhões fora do país em 2004 aumentaram este montante para US$ 56,5 bilhões no ano passado. Você já sabe que em se tratando de China, os números, até os de crescimento, são um tanto escandalosos, não é? Pois há projeções de que os tais investimentos diretos cheguem a US$ 100 bilhões em 2013. Sim, antes da Copa, aquela com a qual sonhamos para alavancar nossa economia. Eu começaria a aprender mandarim em vez de só inglês, viu. A gente nunca sabe quando será necessário atrair um capitalzinho e fechar um negócio da China.

O Brasil não fala em Ásiadependência, mas fato é que 70% do dinheiro estrangeiro investido no país no ano passado era de origem asiática. A América Latina, segunda região em investimento, respondeu por 15%, anuncia a matéria do Financial Times. Nossa porção chinesa é a seguinte: em 2009, garantimos US$ 92 milhões dos cofres das gigantes chinesas. Ou fizemos bem o dever de casa, ou a China começou a enxergar um ótimo parceiro, pois neste ano o governo brasileiro estima que atrairá US$ 10 bilhões da mesma fonte. Sério mesmo? Eu acho que a iniciativa é chinesa.

Difícil prever os mecanismos destas conexões cada vez mais estreitas, mas, de novo, um mandarinzinho básico não faria mal. Repita comigo: Ni  hao, que escrito em caracteres fica 你好. Com tanto otimismo sobrando por aí, garanto que você nem perceberá que a empreitada talvez seja difícil. 

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