terça-feira, 29 de abril de 2008

Livre de fumo


Beijing terá uma nova lei anti-fumo em 1º de maio: o cigarro está banido dos locais públicos. A medida visa garantir a Olimpíada livre de tabaco e também ajudar num problema de saúde pública. A China tem 350 milhões de fumantes - um terço do total mundial - e, segundo as autoridades, o fumo passivo afeta 540 milhões de habitantes - ou seja, quase metade de uma população de 1,3 bilhão.

A partir desta quinta-feira, então, há mais restrições na capital chinesa. Ficam livres bares, restaurantes e cyber-cafés, onde deverão ser oferecidas áreas para fumantes e não fumantes.

Na prática, alguns locais já haviam proibido o cigarro, como muitos lugares de interesse histórico (Cidade Proibida, Templo do Céu). Mas era realmente irritante ir cortar o cabelo e dar de cara com um fumante na cadeira ao lado.

Outra coisa, muitos, muitos restaurantes da cidade já adotam há tempos áreas para quem curte ou não o famoso "digestivo". Pelo menos, desde que eu cheguei aqui.

De olho na iniciativa de Beijing, outras cidades estudam tomar medidas para diminuir o fumo, tais como Shanghai, Ghangzhou e Qingdao.

Curiosidade

Beijing terá os "fiscais" anti-fumo. Um esquadrão de cem mil pessoas percorrerá a cidade para saber quem está infringindo a nova lei. Nada bom para o fumante. Quem for pego com a boca na botija (ou seria no cigarro?) paga uma multa de 10 yuans, pouco mais de R$ 2. Já os proprietários dos locais terão de desembolsar entre 1 mil yuans e 5 mil yuans.

Ah, desde outubro do ano passado, Beijing proibiu o fumo nos 66 mil táxis da cidade e impôs uma multa de 100 yuans a 200 yuans para os motoristas que desobedecerem.

segunda-feira, 28 de abril de 2008

Visitas ilustres


Cama de casal na casa que visitamos em Houhai (后海)
Foto: Guia turística dona de um inglês assim, assim

Desde domingo, estão aqui comigo a Tati Klix, autora do blog Ida&Volta, e a Irmgard (figura graças a qual muita gente pegou carona para Machu Picchu).

A Tati já começou a contar as aventuras chinesas, e sempre acho uma delícia ver nos outros as novidades que pra mim não são tão novas. A cereja do bolo desta vez, e que vocês vão acompanhar pelo olhar da Tati o que se descobre pelas ruas de Beijing - e de Shanghai, Hong Kong, Macau... e outras cidades no roteiro desta viajante (eu, aliás, vou acompanhá-la um pouco pela trip chinesa).

Sempre turista

A foto que ilustra este post foi tirada em uma casa tipicamente chinesa dentro da região de Houhai. Tipicamente chinesa significa uma moradia retangular, com um pátio no meio, cuja distribuição dos cômodos demonstra a hierarquia e o poder da família.

Avós - ou pais - ao fundo, filhos mais velhos ao leste (ponto cardeal considerado "melhor"), porta a sudeste.

A rápida explicação sobre a arquitetura tão típica chinesa teve um preço: 20 yuans. Algo por cerca de 10 minutos. Na conversão para o real, sai barato, em torno de R$ 7. Mas por aqui, achei até salgado. E fomos levadas ao local pelo tiozinho do riquixá. Imagino que seja tudo para ganhar um troco ali, outro troco aqui.

Mas que fazer turismo e bom, e bom, não?

Cheguei, e agora?


Terminal 3 é um luxo só, novidade em Beijing
Foto: Jana Jan/China in Blog

Há poucos dias, o Clery, internauta assíduo aqui do blog, perguntava: "Como faço para ir até o hotel?". Ele chega em Beijing em 6 de agosto e precisa de uma ajuda.

Bem, chegar até a China não é exatamente fácil. Depois de pelo menos 36 horas de exaustiva viagem, é preciso passar pela imigração, recolher as malas e enfrentar o mundo aqui fora. Sem saber ler, sem saber falar. Claro que inglês ajuda, tanto para o turista quanto para quem recebe os visitantes. A estrutura do Aeroporto Internacional da Capital é satisfatória (e o recém-inaugurado Terminal 3 é show!). Dá para ir sem medo. Pode perguntar em inglês, alguém responderá - mas treine o ouvido, sotaque de inglês é praga: tem inglês brasileiro, inglês alemão e, claro, inglês chinês. Todo o mundo bota seus próprios sotaques e cacoetes linguísticos no inglês, impressionante.

Para não criar pânico, há três opções:

- Ter a comodidade de ter alguém esperando
- Optar por ônibus especiais para a cidade - Airport Shuttle Bus
- Pegar um táxi.

Vou de ônibus

Esta é a opção mais barata (caso você não tenha uma carona amiga). Cada bilhete de ônibus custa 16 yuans, algo em torno de R$ 5. Há cinco linhas por Beijing, que você pode consultar de antemão aqui no mapa, em inglês. Ideal para quem tem uma certa noção sobre a capital chinesa ou para quem pegou direitinho a dica da linha certa com algum amigo ou o local onde ficará hospedado.

Há guichês de venda de passagens dentro e fora dos terminais (hoje, a maior parte dos vôos chega mesmo no Terminal 3) e basta seguir as placas de Shuttle Bus para saber onde ir. Mole!

Vou de táxi

Pode ser a opção mais segura para quem está inseguro. Não é tão barato, mas é bem em conta, considerando-se as tarifas por aqui. BEM acessíveis na comparação com os serviços de São Paulo ou Porto Alegre.

Não aceite negociar o preço ANTES de sair. Os táxis aqui ligam o taxímetro. Pegue o carro na fila indicada para isso. Ali, há fiscais que dão, inclusive, informativos sobre valores e telefones para eventuais reclamações.

Agora... o pulo do gato: não fala chinês? JAMAIS tente explicar onde você quer ir se não falas chinês. E como fazer? Ainda no Brasil, antes de vir para o outro lado do mundo, imprima o endereço em que deseja ir: do hotel, da casa do amigo, do albergue. Mas não é imprimir o endereco em pinyin, ou seja, nas letras que conhecemos e que reproduzem o som dos caracteres. É imprimir nos caracteres mesmo, que assim, não tem erro.

sexta-feira, 25 de abril de 2008

A camiseta da seleção. Que camiseta?


China e Tailândia empatam em 3 a 3 em amistoso em março
Foto: Zou Zheng, Agência Xinhua

Camiseta da seleção chinesa de futebol masculina é um mistério. Não o desenho da camiseta, até porque ela estampa banners gigantes de propaganda da Adidas, a patrocinadora, país afora. Vermelha, é essa aí que o jogador Li Weifeng está vestindo - aliás, no dia em que ele completou 100 jogos vestindo a camiseta!

Agora, quer comprar a camiseta? Esqueça! Minha irmã esteve aqui em fevereiro, queria levar o mimo de presente na volta ao Brasil. Sério, entramos em TODAS as lojas do patrocinador por que passamos tanto em Beijing quanto em Shanghai. Pouco importava se o banner gigante com a camiseta vermelha era a principal peça publicitária a chamar para a loja. A resposta dos vendedores foi sempre a mesma:

- Meiyou (没有)! - que mesmo quem não sabe chinês já sacou, né? É "não tem".

E continua não tendo. Fui procurar dia desses em uma loja grande, num shopping chique, onde havia o fotão de um jogador vestindo a camiseta. Ela, pra vender, no entanto, esqueça...

Bom, a explicação parece ser bem simples, não que eu tenha perguntado muito, mas realmente futebol não é o esporte que empolgue os chineses. No entanto, tem um detalhe que chama a minha atenção: o Ninho de Pássaro, o estádio menina dos olhos desta Olimpíada, será a sede da final de futebol masculino. Ou seja, por aqui, eles podem até nao curtir muito. Mas sabem a importância que precisam dar pra esta modalidade.

Os 100 jogos de Li

A foto é de uma partida amistosa entre China e Tailândia, em Kunming, no dia 15 de março. O resultado foi também amistoso, empate: 3 a 3.

quinta-feira, 24 de abril de 2008

Era uma vez um panda chinês


Bing repousa em meio aos bambus em Madri
Foto: Agência Xinhua

E outros internacionais

Panda chinês que é panda chinês é também quase um embaixador e representa a amizade da China mundo afora, como bem lembrou o Manuel num post em que eu falava sobre os ursos dias desses.

Também, quem não gostaria de ter no zôo de seu país estas coisas fofas em preto e branco?

Bom, para sabermos quantos pandas chineses estão fazendo um turismo por aí e encantando amantes dos animais por outros pagos, recorremos aos números oficiais dos programas de cooperação entre a China e demais países ou regiões. Hoje, são 27 ursos fora daqui, a maior comunidade é nos Estados Unidos: há 12 por lá!

O Japão tem oito pandas, Áustria três e Tailândia e Espanha, dois. Os dois que foram oferecidos a Taiwan ainda esperam pela conclusão do local onde serão hospedados.

Tem panda que não é chinês!

Ah, mas olha só. Buscando saber sobre a vida dos pandas no Exterior, foi fácil descobrir que tem alguns que nasceram fora do país de origem dos pais. Dos 27 pandas expatriados, 18 nasceram na China. Dentre os pandas estrangeiros, há quatro norte-americanos, quatro japoneses e um austríaco.

O mundo na China


Diliana é uma búlgara que veio à China mostrar a bossa no jazz
Foto: Arquivo Pessoal/China in Blog

Dia desses conversava pela internet com meu amigo português Ricardo, que vive aqui em Beijing. E ele sai com esta pérola - quase nestas palavras, vou tentar reproduzir da forma mais fiel possível:

"Jana, tive de ler duas vezes esta mensagem para entender. Quer dizer que tu vais encontrar uma búlgara quer quer aprender português na China porque gosta de música brasileira"

E eu disse: "Sim!".

Bueno, havia conhecido a Diliana Georgieva numa sexta-feira, numa apresentação de jazz por aqui. Fomos apresentadas e na quarta seguinte estava na casa dela para dar umas dicas de português e dirimir algumas dúvidas dela, que estuda português online e por meio de dicionários.

Ah, o dicionário! Eis que todo o dicionário tem ao lado da palavra os sinais gráficos que representam como é o fonema, o som que devemos pronunciar. Então, lá foi ela pedir pra pronunciar "divertido". Ok, divertido bem do jeitinho que gaúcho fala soou estranho pra ela:

- Mas não é diverrrrtido? - perguntou ela, num sotaque meio carioca.

Bom, expliquei as diferenças de sotaque no Brasil, mas nunca pensei que explicar português significasse também uma aula sobre a cultura das diversas regiões do nosso país. Claro, além do "r" puxadinho carioquês, ela tinha uma lista das palavras mais usadas no "Brasil". Querem ver? Óculos de sol, prancha de surf, praia, areia.

Bem, acho que tá mais pra praia do que pra o país inteiro, não acham?
;)

China no topo da Internet


Chineses acompanham casamento online
Foto: Agência Xinhua

Os chineses alcançaram o topo no ranking mundial de internautas levando mais usuários à rede do que o número de brasileiros, segundo dados dos governos chinês e brasileiro. Na China, havia 221 milhões de internautas até o final de fevereiro. Brasileiros? Segundo estimativa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), somos pouco menos de 187 milhões.

Apesar do rápido crescimento da população da internet, a proporção de usuários ante a população total é ainda mais baixa do que a média global, de acordo com o Ministério de Indústria e Informação (MII) chinês.

A proporção do país era 16% no fim de 2007, comparada com a média mundial de 19,1%.

Casamento Online

Cai de tudo na rede - e quanto mais internauta, mais criatividade e mais público. O clique aí de cima é da transmissão em tempo real do casamento da chinesa Zhang Qi e do alemão Chris, no dia 5 de agosto do ano passado.

A cerimônia aconteceu na província chinesa de Shangdong, mas foi transmitida para que amigos e parentes do noivo pudessem acompanhar todos os detalhes pela rede. Aparentemente, outros internautas foram fisgados pela celebração via internet.

terça-feira, 22 de abril de 2008

Panda é fashion


O macho Fu Wa faz pose e sonha com uma vaga em Beijing
Foto: Xinhua

Os pandas estão com tudo aqui na China. Para a Olimpíada, 16 exemplares, com até dois anos, estão concorrendo a uma vaguinha para exibição no zôo de Beijing, a fim de virarem atração turística. Símbolo da China tem de estar no lugar que turista pode ver, não?

Este da foto é um dos concorrentes, o macho Fu Wa. Dos 16, apenas entre oito e seis estarão classifcados...

Panda é ecologia

Agora, bem mais produtivo para a espécie, ameaçada de extinção, é saber que o país deu início à construção do maior centro mundial de criação para os ursos. O local fica no principal habitat natural da espécie, em Wolong, província de Sichuan, no sudoeste da China. Quando ficar pronto, a reserva poderá abrigar 200 pandas.

A China agora tem 239 pandas gigantes em cativeiro, e se acredita que 1.590 vivam em liberdade no seu habitat natural, principalmente na província de Sichuan, além de nas províncias de Gansu e Shaanxi, noroeste do país

Projeto bacana

Em Gansu, um programa do governo junto à ONG WWF - que, por sinal, também tem um panda como símbolo -, garantiu o aumento da população na reserva da Montanha Minshan. Desde 2005, o número de ursinhos branco e preto pulou de cem para 120.

Mas o programa vai além da reprodução dos pandas. Graças à participação da ONG, o número de reservas para pandas gigantes na região dobrou para seis, numa área total de 708.600 hectares. Todas as reservas estão interligadas.

domingo, 20 de abril de 2008

Baxi x Zhongguo


O futebol masculino do Brasil chegará à China nesta Olimpíada com a dura tarefa de enfrentar já na primeira fase os donos da casa. No sorteio que ocorreu neste domingo (clique aqui e veja o vídeo - em inglês e chinês), o Brasil caiu na mesma chave dos anfitriãos. Considerada fácil (ainda teremos a companhia da Nova Zelândia e da Bélgica na chave C), a caminhada da seleção de Pato para o primeiro ouro olímpico da modalidade começará em Shenyang, a 700 quilômetros de Beijing e um centro industrial do nordeste da China.

A disputa pelo sonhado ouro olímpico será aberta antes mesmo da abertura oficial da olimpíada, no dia 7 de agosto, contra a Bélgica.

A seleção de futebol feminina, que garantiu a vaga ao derrotar gana por 5 x 1 neste sábado, terá o mesmo endereço de estréia, um dia antes, quarta-feira. Mas as adversárias impõem respeito e dividem as apostas quanto ao favoritismo: as alemãs, para quem as brazucas amargaram uma derrota aqui mesmo na China no ano passado, no campeonato mundial. A chave F ainda tem Coréia do Norte e Nigéria.

Pra quem torcer?

Será difícil não torcer para o Brasil, mas ter de torcer logo contra a China já na primeira fase da Olimpíada parece tão injusto...

E pra chineses que tem laços com o Brasil? O Sebastião, colega da agência e que morou por dois anos no Rio de Janeiro, não titubeou. Louco por futebol, ontem ele, a mulher e o filho estavam comigo na partida das meninas, todos com a camiseta da seleção canarinho. Mas hoje quando perguntei para quem torceria na Olimpíada, a resposta veio rápida e certeira: China!

Ele lembrou a Copa 2002, quando no confronto das mesmas seleções, na Coréia, o Brasil levou a melhor, aplicando um 4 x 0.

É apoiado no retrospecto que outro colega chinês, o Tiago, torcerá pelo Brasil. A explicação? É que no futebol, a seleção daqui desaponta.

Sem tanta confiança, mas também mega-fã do esporte, um terceiro colega, Oliver, que agora está em uma temporada em Portugal, adota uma estratégia que talvez seja interessante. Não vai olhar a partida!

Será? O diplomata brasileiro Benhur Viana não concorda. Ainda é cedo para dizer se vai assistir Brasil e China, mas quer muito ver jogos da Olimpíada, e acompanhará este, nem que seja pela televisão. Sobre o jogo contra os anfitriãos?

- O resultado do sorteio, ao colocar o Brasil e a China no mesmo grupo, deixa o torneio olímpico ainda mais interessante na primeira fase. A torcida chinesa será numerosa, mas esperamos, com confiança, uma vitória do Brasil - diz Viana, diplomaticamente.

Ah, em tempo. Baxi (巴西)  é Brasil por aqui. Zhongguo (中国), alguém já adivinhou? É China. Na tradução literal, segundo o sentido dos caracteres que formam o nome, fica "País do Meio".

sábado, 19 de abril de 2008

Um passeio até a Olimpíada


Aí tem representantes alemães, portugueses e italianos - e brasileiros, óbvio
Foto: Jana Jan, China in Blog

A seleção de futebol feminina do Brasil passeou em campo e venceu fácil Gana por 5 a 1 nesta noite em Beijing. Era o que faltava pra garantir a presença na Olimpíada - e a terceira viagem até a China em menos de um ano para as meninas. A primeira da série foi durante a conquista do vice-campeonato mundial, em setembro do ano passado.

A partida deste sábado foi no Estádio dos Trabalhadores e serviu como teste para o local, que será sede de partidas de futebol durante os Jogos. O público, no entanto, não estava lá muito curioso. O que se viu foi muito, mas muito espaço vazio.

Para a torcida brasileira, foi dia de festa. Depois de 10 meses aqui, foi ideal pra reencontrar velhos amigos, conhecer novos brazucas perdidos por aqui e saber que até que tem bastante gaúcho. Pelo menos três disseram que deveriam ter vindo com uma camiseta igual a minha (do Colorado), enquanto também ouvi piadinhas de gremistas - devidamente fardados!

Brasil para todos

Curtir o futebol quando se tem a melhor jogadora do mundo, a Marta, e ao lado de quem sabe fazer festa (os brasileiros, onde quer que estejam, são conhecidos pela alegria) é bom, não? Deve ser muito bom! Hoje nossa torcida teve reforço internacional: italiano, português, alemão, mexicano, egípcio, indiano! Esse povo todo não se intimidou na hora de pintar bandeiras pelo corpo, vestir camisetas de clubes brasileiros - como Botafogo e Coritiba - e botar o verde e amarelo.

O dia já havia começado brasileiro com uma feijoada e samba na casa da portuguesa Sofia! De lá, fomos a pé até o estádio. Perfeito para chamar a atenção pela rua. Saímos em bando. Resultado? Confraternização total com a torcida de Gana. Verdade seja dita: eles também esbanjam alegria e bom humor.

Ah, querem saber? As cadeiras do estádio bem que mereciam estar mais limpas. Como ainda devem haver obras por ali, havia bastante cimento e restos de tinta. Pra quem passou o jogo de pé, sem problemas. Mas vale o capricho até a Olimpíada!

quinta-feira, 17 de abril de 2008

Love China


Corações nos nicks chineses
Foto: Reprodução/China in Blog

A internet é mesmo o espaço para quem deseja se unir em torno de uma causa mostrar seu espaço. Ontem, durante o trabalho, foi com curiosidade que vi amigos chineses com o nick do software de mensagens instantâneas MSN com um Love China. Na verdade, um coração vermelho e a palavra China.

Pronto, certo que havia um significado. E o significado é este: uma campanha de união dos chineses, especialmente em razão do espírito olímpico, promovida pelo MSN aqui do país. A página ensina como fazer para ter este nick especial (quem quiser se arriscar no mandarim, basta clicar aqui) e informa que até a tarde desta quarta-feira já eram mais de 2,3 milhões o número de usuários do msn adeptos ao Love China.

Mais uma da internet

Por meio da web, os internautas chineses estão incentivando um boicote à rede francesa de supermercados Carrefour por aqui. Tudo para protestar contra as paralisações que ocorreram durante o revezamento da tocha olímpica em Paris. A rede ainda não se pronunciou sobre o tema. Mas o boicote teria data marcada para começar: 1º de maio. Outros internautas advertem: boicote pode causar desemprego aos próprios chineses e ainda não afetaria exatamente quem organizou os protestos na capital francesa. A ver no que dá.

terça-feira, 15 de abril de 2008

Drinque Proibido?


Vista privilegiada - e ainda inédita para mim - da Cidade Proibida
Foto: The Emperor/Divulgação

Sexta-feira abre o terraço do bar Yin aqui em Beijing, uma delícia que reunirá jazz, espaço para massagens e drinks com uma vista pra lá de especial: a Cidade Proibida. Nada mal para um final de semana primaveril que promete temperaturas de até 30 graus.

O bar Yin fica no hotel The Emperor e que ainda não conheço. Não prometo a visita para a próxima sexta, quando estarei atarefada ajudando em uma feijoada na casa da minha amigona Sofia - e que servirá também de aquecimento para o jogo de sábado entre Brasil e Gana, partida que vale vaga para a competição olímpica de futebol feminino.

De qualquer forma, fica a dica para quem estiver pela cidade por estes dias. E sei que há brasileiros circulando por aqui graças à Feira de Cantão, em Ghanzhou (ou Cantão, no sul da China). O evento bianual está na 103ª edição e reúne empresários do mundo todo. Apesar de ser no Sul do país, muita gente acaba vindo até a capital chinesa por causa dos vôos via Beijing.


Pouquinho mais sobre a Feira
:

O evento é tão importante porque mostra ao mundo os produtos chineses. Todos os anos, há duas edições. Na primeira fase, sempre entre 15 e 20 de abril e de outubro, são expostos produtos manufaturados, têxteis e vestuário, além de alimentos e medicamentos. Na segunda fase, entre 25 e 30 de abril e de outubro, é a vez de lembranças e presentes, além dos bens de uso diário.

Na última feira, em outubro do ano passado, havia 189,5 mil comerciantes de 213 países.

domingo, 13 de abril de 2008

Brasil, sil, sil


Último treino no Brasil foi sábado, na Granja Comary

Sábado tenho programa - quase - marcado: assistir Brasil x Gana, jogo de seleções femininas de futebol que vale a vaga na Olimpíada. As brasileiras já embarcaram pra China e chegarão aqui por volta das 6h desta terça-feira, ainda tarde de segunda para quem estiver no Brasil. Meu programa só não está totalmente marcado porque ainda tenho de comprar os ingressos.

O jogo será numa região bem central de Beijing, no Estádio dos Trabalhadores, sede do futebol durante os Jogos.

Eu já assisti a uma partida da Seleção Feminina aqui na China, em Tianjin, no ano passado. Na ocasião, a Austrália perdeu por 3 a 2. Agora, vale a torcida.

Sei que já há brasileiros mobilizados pra partida e na verdade estou louca para ir conferir - e contar pra vocês depois como foi. Vai ser interessante sentir bem de perto o clima da Olimpíada. Aqui, apesar de quase tudo lembrar os Jogos todo o tempo, é mesmo no campo, torcendo, que se sente a vibração que o esporte dá. Pelo menos pra mim!

Ah, a partida está marcada para sábado às 19h45min, horário da China. No Brasil, 8h45min. Acordem cedinho, grudem na TV e vamos torcer juntos, ok?

As 18 jogadoras que estarão na China

Goleiras
Bárbara
Maravilha

Zagueiras
Aline Pellegrino
Mônica
Renata Costa
Tânia Maranhão

Laterais
Danielle
Maycon
Rosana

Meio-campo
Daniela Alves
Ester
Formiga
Francielle

Atacantes
Fabiana
Grazielle
Marta
Maurine
Cristiane

quinta-feira, 10 de abril de 2008

Libélula vermelha


Quais as suas maiores lembranças ao deixar um lugar? Para além da referência visual, do registro da geografia local e dos amigos, claro, o que fica? Para mim, são duas sensações: olfativas e musicais. Lembro o cheiro dos lugares que visitei. E cada lugar tem uma música - ou muitas, vai saber quanto tempo ficaremos num mesmo.

Tonbo, pra mim, é a música dos meus amigos descedentes de japoneses. Pouco importa se eles estejam no Japão ou no Brasil, a música me lembra essa turma querida. Aprendi no Brasil, mas a letra me inspira Japão. Vai entender.

Dia destes, estava caminhando pela minha rua preferida de Beijing, a Nanluoguxiang, e cantava - na verdade, tentava cantar - Tonbo. Nem sei bem por que. Passei o trajeto a pé entre a avenida principal e o bar onde ia com o refrão na cabeça. Estava indo a um bar esperar duas amigas. Entrei no bar, sentei à beira do balcão, pedi uma cerveja. E... começou a tocar Tonbo.

Ouvi meio incrédula, mas incrédula mesmo: estava sendo cantada em chinês! Se a versão em japonês já me escapava ao entendimento, em chinês, então, nem pensar... E foi engraçado continuar embalada pela mesma canção, aprendida no Brasil, que me remete ao Japão, agora em versão chinesa. Sinal de que até mesmo as referências podem se globalizar.
;p

Tonbo

Tonbo é um hit de 1988 do popstar japonês Tsuyoshi Nagabuchi - que, além de cantar e compor, ataca vez que outra como ator na telinha e na telona. O nome da música do hoje cinqüentão é o que batiza uma libélula vermelha.

Em chinês, fica Hongqingting (红蜻蜓). Não achei a versão que ouvi no bar dia destes, mas esta aqui tem até a letra pra acompanhar. É de uma cantora jovem chamada Weiwei.

quarta-feira, 9 de abril de 2008

Conversas roubadas


A imagem do Cubo à noite foi registrada no último domingo
Foto: Agência Xinhua

Domingo, tarde de primavera, Beijing. Uma amiga brasileira vai a um restaurante de jiaozi (饺子) - as espécies de raviolis chineses que muitas vezes chamamos de gyoza no Brasil - com uma amiga chinesa. Enquanto a chinesa escolhe os sabores, passa na televisão uma reportagem sobre a Olimpíada.

– Onde será mesmo a Olimpíada? – pergunta um chinês próximo, olhando mais para a TV do que para a minha amiga.

Minha amiga brasileira olha para a chinesa e chega a duvidar do que entendeu – vai ver, não domina tanto quanto pensa o mandarim.

– Tu entendeste bem, ele perguntou mesmo onde ocorrerá a Olimpíada - respondeu a chinesinha, também surpresa.

Gente, fiquei espantada com a história. Não tem um lugar por aqui que não tenha um mascote olímpico, o lema da Olimpíada (Um mundo, Um sonho) ou alguma outra referência aos jogos... Impressionante!

Aliás, falando no evento...

O Cubo de Água passou por uma limpeza geral esta semana e está prontinho para receber o evento teste de natação agora no meio de abril. A obra foi concluída em 28 de janeiro deste ano e, em agosto, será a sede de 42 competições.

A primeira vaga


Jianhuananlu é o nome da rua do antigo prédio
Foto: Jana Jan, China in Blog

Qual o maior medo ao deixar um lugar? Pra mim, o medo de se perder. E se não encontrar minha casa, onde dormirei? Não interessa se isso não seja bem uma casa, mas o hotel naquela viagem de fim de semana ou os diversos locais em que nos hospdemaos nas férias merecidas. A perspectiva de mudança sempre deixa a sensação de que terei de novo de saber quem é meu vizinho, o dono do mercado - e onde é o mercado -, qual o melhor salão de beleza da redondeza, onde comer bem e barato. E pra qual rua virar? E qual o ponto de referência?

Eis o ponto, as referências. Quando mudei para a capital chinesa, aos poucos fui me acostumando a minha região. Sabia andar a pé e de bicicleta, metrô e taxi. Até guiar eventuais amigos motoristas durante caronas já conseguia. Com a chegada da minha amiga e colega Paula, nos mudamos de Jianguomen (建国门) para Fangzhuan (方庄). Novamente, outras descobertas. E na ruazinha onde vivi os primeiros seis meses de Beijing, lá ficou minha bicicleta. Até hoje.

Calor chegando - agradaveis 20ºC por volta das 15h desta quarta-feira -, resolvi reaver a magrela, quatro meses depois de tê-la abandonado no saguão do antigo prédio (apartamento, aliás, que "herdei" do Sergio Capparelli, a quem vim substituir). De novo, as referências, ainda que por tão pouco tempo.

O sistema de interfone mudou, agora está mais moderno. As paredes do hall também foram pintadas de branco. E minha bicicleta - outra herança do Cappa - uma sujeira de dar dó. Mas tudo bem. Enchi os pneus, dei uma primeira limpada, voltei ao antigo salão de beleza, depois à antiga conveniência e me toquei pra casa (que, depois de quatro meses, já nem é tão nova, é meu lar de verdade). Em dois trechos, me perdi. Tudo bem, até não foi tão mal.

Andar de bicicleta é uma curtição. Enquanto não pedalo, achei novo endereço para o meu veículo: a primeira vaga que aluguei num condomínio (visto que nunca tive carro) é para ela. Por menos de R$ 20, a bike tem endereço seguro durante um ano. Agora, estou louca pra desbravar de verdade meu novo bairro. Enquanto não faço isso, deixo foto do antigo prédio - imagem ainda de uma gaúcha recém chegada a estes pagos, lá por junho do ano passado.

terça-feira, 8 de abril de 2008

Qingming Festival


Mulher homenageia seus mortos na cidade de Changchun, na província de Jilin
Foto: Wang Haofei/Agência Xinhua

A última sexta-feira foi o dia de homenagear os mortos aqui na China, em razão do festival QingMing (清明节), ou, na tradução, o dia para varrer os túmulos. Neste ano, houve o primeiro feriado em razão da data. Até então, o dia de homenagens não era feriado. A novidade aconteceu porque o feriadão de uma semana em comemoração ao 1°de maio foi desmembrado.

Em Beijing, se registrou recorde de visitantes nos cemitérios, uma cifra de mais de 2,2 milhões.

Mas e como se dá esta homenagem? Os parentes vão ao local onde estão enterrados os seus mortos e os levam flores, oram, acendem incensos e levam bebidas e comidas - como é possível ver ali na foto.

- E o que acontece com a comida? - perguntei ao meu colega Sebastião.

Ele explicou: após as orações, os parentes que estão ali reunidos recolhem os quitutes e fazem o lanche.

Ainda sobre mortos e comida, uma dica de etiqueta chinesa: nunca deixe seus dois palitinhos (os kuazi (侉子), em chinês, ou hashi, em japonês e como ficou popularizado no Brasil o par de palitos que fazem às vezes de talheres) JAMAIS devem ser deixados espetados na comida, na vertical. Por quê? Porque lembra justamente a posição dos incensos sobre os túmulos para homenagear quem já se foi. Ou seja, você estaria praticamente desejando a morte de quem está partilhando a refeição com você.


QingMing


O QingMing é um festival tradicional chinês que ocorre no 104º dia após o solstício de inverno - ou 4 ou 5 de abril.

segunda-feira, 7 de abril de 2008

Abordagem chinesa


Policiais prenderam 20 suspeitos, oito estrangeiros
Foto: Agência Xinhua

Sexta à noite em Beijing, feriado nacional em razão do dia para varrer os túmulos - um dia de finados por aqui. Pelo feriado, ocasião para um drinque em um bar ao ar livre, especialmente porque já estamos na primavera, e a temperatura está agradável. O destino escolhido por meus amigos? Sanlitun.

Sanlitun é uma das regiões boemias da cidade, reduto de estrangeiros e chineses, uma mistura de gente que procura diversão à noite - seja para dançar, curtir um drinque, um jantar gostoso e até um flerte.

Sentamos eu e meus amigos - àquelas alturas, dois brasileiros e um português, no bar Aperitivo (que apesar do nome familiar em português, é italiano). Comentei: "Aqui é divertido, sempre acontece alguma briga aí em frente, na calçada, a gente acaba vendo muito da vida noturna sem fazer esforço", falei brincando. Meia hora depois...

Vimos uns seis homens passando correndo muito em direção à rua principal. Olhamos para os caras correndo e percebemos que todo o mundo olhava justamente para o lado contrário. Motivo? Uma batida policial, daquelas que até já presenciei no Brasil.

A rua onde estávamos é uma via pequena, e a polícia a fechou dos dois lados. Quem estava do lado de dentro, não saía. Quem estava do lado de fora, não entrava (em resumo, rimos do fato de estarmos "presos" em um bar, numa sexta à noite, com cervejinhas geladas). Teve gente que não riu tanto assim.

A batida policial tinha endereço certo. Foram direto aos bares chamados Phoenix Café e Pure Girl porque tinham um alvo: apreender drogas e traficantes. Os locais agora estão fechados, os donos estão sendo investigados e, além de realmente terem apreendido entorpecentes, foram presos 20 suspeitos, entre os quais oito estrangeiros.

Pelé

Enquanto uma massa de curiosos se reunia em frente ao cordão de isolamento que impedia o acesso à rua, ouvi uma batida de samba. Samba? Só a batida policial já estava sendo meio surreal por aqui.

Foi assim. Um brazuca que vive por estes lados e que atende pela alcunha de Pelé estava, como eu, "preso" em Sanlitun. Os outros brazucas que estavam ali para se encontrar com ele ficaram retidos do lado de "fora". Como tinham pandeiro e surdo na mão, não tardaram a improvisar uma roda de samba, devidamente registrada pelas câmeras de TV que filmavam a ação policial, e darem início ao grito da noite: "Soltem o Pelé!". No final, nem vou dizer, mas o Pelé driblou o cerco e saiu de cena, com o povo da roda de samba. E, claro, teve estrangeiro que não entendeu nada do "protesto" brasileiro.

Em resumo, o crime não compensa, mas que brasileiros reunidos em qualquer situação, em qualquer lugar, sempre acaba em piada, ah, isso acaba.

quarta-feira, 2 de abril de 2008

Uma viagem chinesa


Galera aproveita pra registrar o momento em meio a neve - um dos únicos meus na vida, talvez, visto que não sou fã do frio
Foto: China in Blog

Wutaishan foi o meu primeiro destino nas montanhas até agora aqui na China. Emoção do início ao fim. Depois de seis horas de trem partindo de Beijing, chegamos à estação de trem em Wutaishan. Lá pelas 3h. Na pequena estação, encontramos um irlandês, Mark, abandonado pelo guia. O guia não estava ali porque a neve não o havia permitido descer a montanha. O senhor que vendia passagens aconselhou que voltássemos de trem a Beijing. Os senhores do táxi e dos micro-ônibus diziam que daria pra subir a serra.

Éramos oito, mais o Mark, gente suficiente pra cair na conversa dos motoristas. Vamos à serra!

Eu estava morrendo de medo, odeio estradas, subir uma serra em meio à neve não é exatamente meu sonho de consumo. No meio da madrugada então, a única coisa que me consolava era saber que não via o perigo que estava passando.

Pelo meio do caminho, a van atolou na neve, saímos depois de a "equipe" do veículo ter colocado fogo para desatolar - numa maravilhosa estratégia que deu medo de o carro todo se incendiar. Ok, uma hora e meia depois, ou pouco mais que isso, estávamos no topo.

Wutaishan tem 47 templos, foi onde mais vi a cultura budista por aqui até agora - está contada nas imagens que mostro a vocês. A cidade é minúscula e passear pelas ruas principais requer uma disposição para uma caminhada de 40, 50 minutos. Para contemplar a paisagem, dois, três dias. Fizemos a versão resumida, visto que só teríamos o sábado por lá.

A comunicação, esta eu garanto: é necessário falar um pouco de chinês ou ter um guia. Mas o passeio é imperdível. Daí, duas dicas para turistas que se aventuram por esta montanha - conhecida por ser um local para contemplação e serenidade: ou ir na temporada sem neve, entre maio e setembro, ou subir a serra durante o dia. Evite o período entre janeiro e fevereiro.

Sério, quando desci a serra, vi o perigo que havíamos corrido. Há desfiladeiros gigantes bem ao lado da estrada - cujo leito, em muitos trechos, serve para que passe apenas um veículo.

Demais peculiaridades: o trem, só se compra passagem na volta uma hora e meia antes, e, ainda assim, em classes populares. Prepare-se para uma boa aventura, esqueça o conforto. Mas, no final, como toda aventura, esta chinesa foi inesquecível!

Ah, antes de entrar na área da cidade, na montanha, é preciso pagar 140 (pouco menos de R$ 50) yuans pra admissão. A taxa é bem válida, já que a maior parte dos templos tem admissão gratuita - e as que cobram, cobram em torno de 5 yuans, pouco mais de R$ 1, na conversão.


A montanha cheia de neve, para brasileiros que nunca viram tanta neve como eu, é encantador


Centro da cidade, decorado com as lanternas chinesas


Companheiros de viagem


Esse é o registro da balada de sábado à noite. Até no interior o povo sai no sábado à noite!

Monges contemplam a paisagem e a vida budista


Neve pouca é bobagem!


O óleo para as lanternas dentro do templo é só para as lanternas budistas. Não poderia ser mais específico, não?


O parkinj revela uma escorregadela no inglês (seria parking, estacionamento, em português)


Os banheiros em forma de cogumelo são uma graça, né?


Wutaishan tem o maior sino cunhado em bronze da China

terça-feira, 1 de abril de 2008

Rigores da lei


A maior nota chinesa é a de 100 Reminbis, ou yuans, e para sacar 175 mil yuans, é preciso retirar 1.750 notas
Foto: Pang Xinglei/Agência Xinhua

O trabalhador migrante chinês Xu Ting viu a pena perpétua a que havia sido condenado ser reduzida para detenção de cinco anos nesta segunda-feira. O crime de Xu? Em abril de 2006, ele percebeu que o caixa eletrônico em que sacava dinheiro estava com defeito. Para cada 1 mil yuans retirados, a máquina debitava apenas 1 yuan na sua conta.

Resultado? Ele acabou por retirar 175 mil yuans (cerca de R$ 41 mil). Ainda contou o segredo a um amigo - que retirou 18 mil yuans e foi condenado a um ano atrás das grades.

A condenação perpétua teve repercussão aqui na China, e houve quem achasse a pena severa demais. Afinal, o defeito também era da máquina. Pois na segunda-feira, o Tribunal Popular Intermediário de Gangzhou, na província de Guangdong, anulou a setença anterior. O motivo da anulação foi falta de provas e a necessidade de esclarecer mais pontos sobre o incidente.