domingo, 1 de fevereiro de 2009

Adeus Ano Velho



Simples assim: basta clicar em qualquer dos blogs aí ao lado que falam sobre a China e verás que estão contando sobre as comemorações do Ano-Novo chinês.

A festa é a mais importante para os chineses, é o momento de encontro familiar e descanso. São sete dias de lazer, não importa se há crise ou não. O país para. Ou quase isso. Na verdade, ocorre uma movimentação para lá e para cá de proporções chinesas: gente que não acaba mais embarcando e desembarcando de trens, ônibus, aviões, botes, jangadas. Bicicletas. É gente que viaja para encontrar parentes, gente que viaja com os parentes para conhecer destinos turísticos.

Apenas Beijing recebeu 3,24 milhões de visitantes no feriadão, 20% a mais do que no ano passado. Em termos de rendimento, foram 15% de incremento no setor turístico. Nada mal, não?

É bem verdade que eu não tenho fotos das comemorações. Sabia da confusão que estaria nas ruas e não fiz nenhuma questão de enfrentar multidões a -5C. Amigos contaram que estava difícil pegar o metrô, que houve quem desistisse de conhecer a Cidade Proibida e a o Templo do Céu devido às filas intermináveis. E isso que os locais mais populares durante o Festival da Primavera foram as instalações feitas para sediar a Olimpíada do ano passado. Quem passeou pelas feiras em Beijing, tradicicionais durante este período e que podem ser traduzidas como uma mega festa do interior, com barraquinhas, circos de bizarrices e ambulantes vendendo toda a sorte de bugigangas, também relata superpolação pelos parques.

Meu plano de uma programação mais zen em meio ao frenesi comemorativo chinês, no entanto, não foi totalmente satisfeito. Seguindo a tradição de estourarem fogos de artifício para espantar os maus espíritos no ano que chega, o que se percebe ao longo da semana é uma artilharia incessante de petardos, sejam eles coloridos ou apenas barulhentos. Aliás, se é o barulho que espanta os espíritos, nada mais natural imaginar que as cores e formas dos espocos são meros acessórios, caem bem à noite. Mas se é pra começar o ano com o pé direito (será que chinês tem esta expressão? Preciso perguntar) o que vale é o alarde sonoro. E viva a pólvora!


Findos os festejos, todos de volta ao trabalho. E, daí, sim, espanto. Hoje é domingo e quem folgou ao longo de sete dias, agora bota a mão na massa. O domingo virou dia útil e a pirotecnia exarcebada está na lembrança.

Agora não tem mais desculpa. Começamos mesmo a ano, é hora de cumprir as resoluções que eu havia tomado lá no distante 31 de dezembro, mas que posterguei porque haveria outra virada para ter como desculpa.



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France Connexion

A Anne-Laure, uma francesa que trabalhou comigo aqui no ano passado, explicou que, de um ponto de vista puramente francês, você ainda tem até o dia 31 de janeiro para desejar tudo de bom no ano novo. Algo como ter todo o primeiro mês do ano para se acostumar com a ideia de que temos de mudar o ultimo dígito na hora de datar documentos (no ano que vem, serão dois) e de darmos uma desculpa àquela preguiça tantas vezes implacável que nos faz NÃO mandarmos email, telefonarmos ou encontrarmos os amigos queridos logo nos primeiros dias de janeiro.

Seguem os desejos e as explicações da Anne:

D'un point de vue purement français, le 31 janvier est assurément le dernier moment pour vous souhaiter espoir, joie, amour, vaillance, ardeur et douceur, légèreté et profondeur (entre autres bonnes choses dont l'inventaire exhaustif prendrait jusqu'à l'an prochain).

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A primeira foto deste post é da Alma, tirada no 19°andar, onde eu moro com a Paula. Foi durante a nossa comemoração de ano-novo, como conta, em espanhol, outra Alma.

A foto sob fumaça é minha do Cris e da Maíra, quando meus irmãos vieram comemorar o ano-novo chinês comigo. Estávamos em Sanlitun, rua boêmia da cidade.

Por último, tem um clique da Mariana, feito pouco antes de irmos a Sanltiun, quando fomos até a casa dela para celebrarmos com pirotecnia a chegada do Ano do Rato.

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