Agora é oficial. Qualquer jornalista estrangeiro tem de ser atendido na China, seja em relação a pedidos de dados, seja em relação a pedidos de entrevista. Nem que seja para receber um não como resposta.
O Departamento de Comunicação do Conselho de Estado lançou uma campanha de "recusa zero". Nenhuma solicitação ficará perdida nos recantos burocráticos. Todos os ministérios deverão ter pessoas responsáveis pelo tratamento de entrevistas e pelos telefonemas dos jornalistas, o que a gente conhece por assessores de imprensa ou algo do gênero. Guo Weimin disse ao jornal China Daily, a publicação oficial em inglês que circula por toda a China, que qualquer contato deverá ter retorno em até 24 horas.
A China se esforça para ser aberta. A Olimpíada marcou mudanças no tratamento aos coleguinhas estrangeiros. Um ano antes dos Jogos, em 2007, o governo suspendeu a obrigatoriedade de autorização prévia dos governos locais para a realização de entrevistas (a pessoas comuns, o cidadão aquele que você está vendo ali passar na rua), além de permitir que fossem contratados assistentes chineses - em se tratando de entrevistas em mandarim, você faz ideia de a mão na roda que estes profissionais acabam por se tornar. Aí terminou a Olimpíada e a ideia foi manter o rumo.
A medida é simpática, mas em nada garante transparência ou mesmo acesso por parte da mídia ao governo e a livre investigação de pautas espinhosas. Mas, claro, já sinaliza como uma abertura para os bisbilhoteiros de plantão, nós, os jornalistas. Digamos que se agora é ruim, antes era bem pior.
Há uma semana
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