sexta-feira, 28 de dezembro de 2007
Primeira parada: Tianjin
Eu e minha amiga Társila cercadas pela torcida
Foto: Alexandre Souto/Especial
A Tati contou hoje no delicioso blog dela que virá para a China em abril (oba, terei visita em casa) e que precisa começar a pensar no planejamento de viagem. Pois bem, eu ainda não posso ajudar muito, mas decidi que vou trazer aqui pro blog um pouquinho das cidades chinesas por onde já andei. Claro, ainda tenho de mostrar as belezas de Beijing, mas tudo a seu tempo.
Pra começar, escolhi Tianjin. Aproveito pra contar um pouquinho sobre uma das cidades-sede das partidas de futebol durante a Olimpíada e pra atender a um pedido do Gerson de Oliveira, de Novo Hamburgo, que escreveu no dia 19 de dezembro num comentário: "Este povo Chinês adora brasileiro, ouvi falar". Gerson, gentem, adoram, sim! Ou muitos adoram, que é pra não generalizar. Vamos lá?
Tianjin é uma cidade portuária e centro econômico em constante expansão. O aeroporto acabou de ser ampliado - em cinco vezes - para receber um público estimado em 300 mil pessoas durante os Jogos Olímpicos no ano que vem. E os encantos - esses eu preciso voltar lá para ver - estão na arquitetura e nas belezas naturais, que mesclam influências chinesas e de outras oito nações que já obtiveram o poder sobre a região, antes da fundação da República Popular da China, a saber, Itália, Alemanha, França, Rússia, Grã-Bretanha, Áustria, Japão e Bélgica.
Eu estive em Tiajin apenas à noite, precisamente em 23 de setembro, quando fui assistir a Brasil e Austrália na partida que valia vaga para a semifinal do Mundial Feminino de Futebol. O Brasil passou num apertado 3 a 2, apesar da superioridade mostrada em campo. Fora de campo, o que se viam eram chineses com a bandeirinha brasileira pintada no rosto, vibrando a cada lance da Marta, cercando a escassa torcida brasileira (na qual eu me incluo) pra tirar fotos! Sério, foi uma sensação muito engraçada esta de ver as pessoas nos abraçando e pedindo pra segurar a bandeira brasileira.
Durante o intervalo, então, o assédio não parou. E quando resolvemos dar voltas pelo estádio, até sermos barrados pela segurança, éramos aplaudidos tanto quanto as meninas da seleção.
Foi uma experiência bacana e deu pra sentir que o Brasil tem boa fama por aqui, sim!
Ah, o estádio, bueno, o Estádio Olímpico de Tianjin é bonitão, com uma mega-estrutura. Eu nunca havia ido a um local sede de Olimpíada, achei tudo limpo e organizado. Bebida alcóolica, nem pensar. E ficar de pé provoca reclamação de quem está atrás e diz que pagou o mesmo ingresso (essa reclamação eu ouvi de gente que não tinha olhos puxados, os chineses tavam eram se divertindo com nossa bagunça). Botar a bandeira pendurada na lateral das arquibancadas também não podia, vinha uma fiscal da Fifa gentilmente pedir pra gente tirar. Vamos ver como será essa organização toda até a Olimpíada...
Tianjin fica a 120 quilômetros de Beijing e, imagino, o trem seja a melhor opção para chegar lá, indo da capital chinesa. No dia do jogo, fomos de van, e um acidente na estrada fez uma viagem estimada em duas horas durar mais de quatro (o que nos custou 10 minutos perdidos no primeiro tempo da partida). O clima, de um calor seco e forte aqui no verão, é amenizado por lá devido ao mar.
Ainda sobre a China e o Brasil, Marta fez o cartaz dela por aqui durante o Mundial. Se já éramos conhecidos pelo futebol masculino, o show de bola da mulherada fez os chineses ampliarem a admiração deles pelos nossos jogadores. E eu comecei a frustrar expectativa de muitos por aqui: se sou brasileira, como não sei jogar?
Agora, se antes quem arrasava por aqui era o Ronaldo, agora não tem pra ninguém. O queridinho é o Kaká. Aliás, ele e Marta foram notícia por aqui ao serem escolhidos os melhores de 2007, segundo a Fifa.
quinta-feira, 27 de dezembro de 2007
Ligados nas alturas
Em qualquer lugar do mundo, nao é necessário estar aqui em Beijing para comprovar que é verdade, se ouve falar da rapidez com que a China está mudando, que Beijing é uma cidade em constante movimento, não para nunca, nem pra dormir. Obra e obra, a maior parte delas pra ficar pronta antes da Olimpíada.
Beleza, até aí, tudo bem. Agora, espanta observar esse turbilhão - e pensar que mais rápido do que as mudanças na arquitetura da cidade, está a velocidade dos dias.
Já estou aqui há mais de seis meses, e me propus a observar alguns locais com mais cuidado pra perceber as mudanças. E registrá-los também.
Um dos eleitos foi a futura sede da CCTV, o canal de televisão estatal da China, localizado na região conhecida como CBD, o distrito de negócios central de Beijing, bem ao lado do Terceiro Anel (vá se acostumando a estes nomes, são fundamentais pra se localizar por aqui). Será a partir dele que a TV fará a cobertura da Olimpíada 2008.
Logo que cheguei, eram duas torres sendo construídas lado a lado. Eu sabia que seriam unidas lá em cima, pois havia lido sobre isso.
Bueno, as duas primeiras vigas da estrutura que ficará suspensa a 162 metros foram ligadas ontem, dando início ao pavimento que suportará 14 escritórios e consumirá 18 mil toneladas de aço. O projeto do holandês Rem Koolhaas já foi muito criticado dentro do país mesmo pelo desperdício de material. Mundo afora, é simbolo da pujança chinesa e classificado pela revista norte-americana Business Week como a estrutura mais radical do país.
No sábado, me espantei em ver os dois prédios quase unidos. Susto: quem anda mais rápido? Os empregados da construção ou o tempo, pra me lembrar que não cheguei aqui ontem?
Há de ser o tempo, com certeza, pois ele vive me pregando peças e deixando o meu dia apertado, com cada espaço ocupado, razão pela qual eu não tenho tantas fotos de cada etapa da construção do prédio como eu havia planejado.
Resolução pra antes do fim do ano: Vou lá neste feriado tirar umas fotinhos do estágio atual da construção pra vocês, ok?
Esta avenida que aparece é o Terceiro Anel, uma das vias que circunda Beijing - no total, a cidade tem cinco (Crédito: Jana Jan/Especial)
Estes cliques são de setembro, quando os prédios começavam a ficar inclinados (Crédito: Jana Jan/Especial)
Sábado me surpreendi com a obra, e tentei tirar uma foto de dentro do táxi mesmo, mas não fui muito feliz (Crédito: Jana Jan/Especial)
O primeiro filme de guerra chinês
Assembly chegará ao Brasil como Toque de Recolher
China in Blog/Divulgação
Assembly, cujo título no Brasil deverá ser Toque de Recolher, foi o meu primeiro filme de guerra sobre a China, visto aqui. A obra do diretor Feng Xiaogang é considerada o primeiro grande filme de guerra chinês, num estilo Resgate do Soldado Ryan ou da série produzida por Steven Spielberg e Tom Hanks para a norte-americana HBO chamada Band of Brothers.
De fato, o filme é forte, traz imagens fortes. Conta a história de uma companhia do Exército de Libertação que luta até quase o último homem contra forças nacionalistas durante a guerra civil chinesa (1946-49). Apenas Guzidi (Zhang Hanyu) sobrevive à batalha e passa a dedicar a vida a resgastar a honra e a memória dos soldados mortos.
É nesse ponto, pra mim, que o filme passa a ser um filme de guerra, com todos os horrores que ela traz. Fala de determinação, companheirismo, solidariedade e dor. Pra quem assistir, desejo que mantenha um olhar atento nestas questões e esqueça um pouco dos comentários sobre os efeitos especiais que tornam as cenas mais reais ou não. Sob minha ótica, pouco importa.
Agora, vou dizer o que mais me impressionou ao ver Assembly num cinema em Beijing: o impacto do filme sobre a platéia, e o que pude discutir com meus olhos e ouvidos chineses, a Mariana. Sobre história, sobre o espírito chinês que hoje ainda se vive no país. Foi uma experiência bem rica.
Alguém por aí quer me acompanhar num cineminha chinês? Ah, claro, tínhamos legenda em inglês, apesar de estas passarem bem rápido.
Ainda sobre o mundo da sala de cinema:
- Nas salas a que fui, se pode comer pipoca dentro das salas, igualzinho ao Brasil (ai, eu tenho problemas com este hábito)
- Aqui em Beijing, na maioria dos cinemas - modernos como os nossos da Grande Porto Alegre - o ingresso é caro, a exceção das terças-feiras, quando cai para a metade do preço. Filmes há mais tempo em cartaz podem ter bilhetes mais baratos
- Noha, colega do departamento árabe da Xinhua e que é do Egito estava espantadíssima: "Aqui não tem intervalo pra gente poder ir ao banheiro", me disse, ao final do filme. "No Brasil tambem não", respondi, não achando nada estranha a falta do tal intervalo.
Alguém sabe se em outros países há este hábito de intervalo?
quarta-feira, 26 de dezembro de 2007
Mei you
Cerveja gelada? Mei you
Foto: Paula Coruja/Especial
Sério, antes de vir pra China, é melhor que você esteja preparado para ouvir essa expressão: "Mei you". Diferente do inglês, em que o "you" pode parecer com o som de "iu", aqui fica um "iou" mesmo. O "mei", este continua igual a nossa pronúncia brasileira. O que significa? Hm... deixa ver.
1 - Não tem
2 - Não há
3 - Tem, mas acabou
Arrisque-se a pedir uma cerveja gelada, como estas aí da foto tirada na noite do Natal e ouvirás: "Mei you". Aventure-se num refrigerante saindo da geladeira (ligada! pois aqui muitas são usadas como armário) e provavelmente vais ouvir: "Mei you". Ouse agora tentar um singelo cubo de gelo (caso voce já esteja graduado o suficiente em mandarim pra pedir "You bing kuai?") e, mais uma vez, provavelmente virá um cortês - ou nem tanto - "Mei you".
Essa expressão bate e fica, é uma das primeiras a se aprender por aqui, talvez mais útil do que "Xiexie", ou "Obrigado" - útil, é, pelo menos, saber o significado dela.
Como bem lembrou o queridíssimo Cláudio, comentando no post abaixo, afinal de contas, "Mei you" ou não na hora de comprar? Seja por mímica, mandarim parco ou fluente, sempre que a resposta do atendente for "Mei you", desista. Troque de loja, bar, estabelecimento. Ou mude o pedido. Não adianta insistir, "Mei you" é "Mei you" mesmo.
Aliás, estou preocupadíssima com o "Mei you" ou não. Estou indo com a Mariana e outros colegas da Xinhua ver um filme chinês hoje à noite, sobre o qual quero comentar, ou não, amanhã para vocês. Quer dizer. Vou comentar se houver legenda em inglês - o que me fará compreender a história.
Caso ocorra algo tipo:
- O filme tem legenda em inglês? - pergunta hipotética da Mariana ao chegar ao guichê - e cuja resposta seja um sonoro "Mei you", bueno, amanhã correremos sério risco de "Mei you" post sobre o filme.
terça-feira, 25 de dezembro de 2007
Ninho de Pássaro
O Ninho de Pássaro, nome que faz alusão à forma retorcida da estrutura tubular, será o palco principal dos Jogos do ano que vem. Será o local das cerimônias de abertura e encerramento do evento, com capacidade para 91 mil pessoas sentadas - 11 mil assentos são removíveis.
A mega-estrutura, que terá 258 mil metros quadrados, começou a ser construída em dezembro de 2003.
O Ninho de Pássaro, numa perspectiva noturna
Divulgação/Site Oficial
Apesar da língua estrangeira, vale a pena visitar o site. Uma das partes mais interessantes pra mim foi o processo de construção, apresentado aqui.
Sucesso com o vizinho
Segundo relatório do Instituto de Economia Industrial argentino, citado, em parte, pela Xinhua, o motivo do sucesso seria, além dos preços competitivos, a qualidade dos produtos oferecidos.
Agora, chamou a atenção mesmo o salto chinês. Em 2005, os asiáticos respondiam por 11,3% das importações de têxteis argentinas, número que chegou a 34,1% em 2007.
Quanto ao Brasil, este despencou de um patamar de 27,2% de vendas para os vizinhos dois anos atrás para apenas 16,2% agora.
sexta-feira, 21 de dezembro de 2007
Joana-boba
Ou o meu presentinho de Natal para vocês.
Dia desses, eu, a Mariana, nossa fiel leitora, o marido dela, cujo nome é Brian, e a Paula Coruja (outra jornalista gaúcha que resolveu vir de mala e cuia pra Beijing e também trabalha na Xinhua) fomos a um café em Nan Luo Gu Xiang, rua charmosérrima aqui de Beijing da qual preciso mostrar cada pedacinho pra vocês - mas isso, noutro post.
Escolhemos o Sandglass por indicação da Elisa Baldan, amiga italiana que mora por aqui. Ao chegarmos ao lugar, mais uma vez dei de cara com um ambiente acolhedor e simpático, bem ao estilo do porto-alegrense Mercatto D'Arte, minha segunda casa na capital gaúcha.
Pedidas as cervejinhas pra relaxar depois do trabalho, chamou a atenção uma bonequinha vermelha perto da janela, estilo o nosso joão-bobo. A Mariana logo se encantou:
- É um brinquedo típico da minha época - disse ela.
No início dos anos 80, era o que dava por aqui. A tal boneca que balança, mas não cai. Em chinês, este tipo de brinquedo se chama bu dao weng (lição da Mariana: bu é não, dao é cair e weng é homem velho - originalmente, os primeiros rostos destes modelos.
Pronto, não demorou pra dita bonequinha vir pra nossa mesa e eu e a Paula nos interessarmos em como comprar. Como comprar? Pela internet. No dia seguinte, a Mariana catou o brinquedo e, qual não é a minha surpresa, me deu de presente hoje, véspera do meu aníver - sim, estou completando 30, como lembrou a Isa ali embaixo e a quem agradeço os parabéns, já me compromentendo: tou te devendo o panda!
A Paula também terá uma surpresa, espero que ela não leia o blog antes de ir à festinha hoje à noite.
A Mariana contou mais: disse que quando era criança, a avó dela poupava todo o dinheiro que sobrava, pequenas moedinhas, para dar um bu dao weng à Mariana. Mas a nossa amiga ganhou um menininho pelado e, por isso, às vezes sentia certo constrangimento junto às outras crianças. No entanto, para a Mariana, aquele boneco sempre significou o amor da avó por ela. Bonitinho, não?
Então, é mais ou menos isso. A minha bonequinha pra vocês é virtual, mas é uma lembrança natalina!
Deixo dois links - em chinês, mas um tem fotos e outro tem vídeo - presentes da Mariana.
Este, inspirado nas bonequinhas, traz vários brinquedos que faziam o maior sucesso entre as crianças chinesas nos anos 80. Já este, traz uma canção típica da Mongólia Interior. Por que está aqui mesmo? Por que este estilo musical foi a trilha sonora da noite em que encontramos a bonequinha no Sandglass. A Mariana desconfia que o dono seja daquela região!
Ganhei a minha bonequinha hoje, ainda no trabalho (Crédito: Li Hailong/Especial)
quinta-feira, 20 de dezembro de 2007
Beijing ou Pequim?
Beijing resulta da reforma feita pelo governo chinês para padronizar a transliteração dos caracteres chineses para o alfabeto que conhecemos, o romano. Esse sistema chama-se pinyin e, pra quem mora por aqui e quer aprender o mandarim, acaba por ser fundamental. Pelo pinyin, então, o som destes dois caracteres 北京 fica Beijing (uma dúvida e uma curiosidade: todos conseguem ler os caracteres ou aparecem quadradinhos? Beijing significa Capital do Norte).
Esquina da capital, vendendo cigarros e frutas
Foto: Jana Jan
Bueno, voltando ao professor. Ele sustenta que em português devemos continuar a utilizar Pequim, como herdamos dos portugueses há meio século. Assim como devemos seguir fiéis a Xangai - e não adotarmos o Shanghai, por exemplo, outro nome que "mudou" com a tal padronização do pinyin. Por quê? Porque são formas consagradas pelo uso. Pra completar, o nome destas cidades, na verdade, não mudaram, apenas seguem um novo padrão, válido, principalmente, para a própria China.
Então, se eu concordei, por que estou escrevendo Beijing mesmo?
Primeiro, concordo em parte. A tal padronização do pinyin ajuda a reconhecer os fonemas chineses. Faz uma diferença danada ler Xangai e Shanghai. E eu por aqui, adoro puxar um sonzinho meio parecido com um "rai" depois do "g", tentando falar como os chineses.
Depois, mesmo que eu ainda seguisse apegada aos nomes que aprendemos nos livros e estamos acostumados a ler nos jornais e revistas do Brasil, ainda assim teria de digitar Beijing, Guangzhou (Cantão essa, sim, pra mim, não tem jeito, estou apegadíssima à forma tradicional brasileira) e diversas outras novidades instituídas pela tal padronização do pinyin porque este é o sistema que a Xinhua, a agência onde trabalho, adota.
Pelo sim, pelo não, optei por acolher o nome que as pessoas do lugar onde moro agora usam mesmo quando estou escrevendo no blog, escrevendo e-mails pessoais, etc. Acho até um sinal de carinho. É preciso falar Beijing, assim como aprender a dizer obrigado (xiexie) e desculpa (duibuqi) assim que se pisa aqui. Agora me bateu uma dúvida. O carinho com o chinês não seria um desrespeito ao português?
Humm... Vai ver é pura afetação mesmo, então, já explico por que sou meio "metida".
Celso, eu gosto de falar Osaka, cidade japonesa, de um jeito pra lá de estranho pra brasileiro, por exemplo. Embora a grafia não mude, eu costumo dizer o "sa" como se fosse grafado com um cedilha, do jeito que aprendi com meus amigos japoneses. Tokyo, se eu pudesse, escreveria deste jeito aí e jamais com um acento em cima do primeiro "O", como Tóquio (mais uma vez, estou num teclado sem caracteres especiais) porque no Japão não há esse fonema de "o" mais aberto, apenas fechado...
Resumo da ópera: eu gosto de me apropriar do jeito que os nativos adotam para me referir a lugares. Aliás, não só a lugares, a todos os nomes próprios.
Aliás, isso rende um post bacana sobre o jeito como os chineses adotam nomes de marcas famosas - e que eu classifico como estranho, pra dizer o mínimo. Nome é nome, não é mesmo? Aqui eu tive de aprender "Xuebi" e "Jialefu", por exemplo. Tenho certeza de que vocês conhecem tanto um quanto o outro. Alguém se arrisca a dizer quais são estas marcas?
Bem-vindo a Beijing
Você já conhece o Fuwa, o quinteto de jovens embaixadores da Olimpíada de 2008? Pois estes cinco mascotes representam os cinco círculos olímpicos, como bem conhecemos, além de trazer aspectos mais chineses. Dentre eles, estão os quatro animais mais populares da China: o peixe, o panda, o antílope tibetano e a andorinha. Pra completar a trupe, está representada a Chama Olímpica.
Simpáticos, trazem nos nomes a tradicional demonstração de carinho para com as crianças - e para com os nossos íntimos, especialmente as mulheres. É assim: como a maioria dos nomes chineses é composta de apenas uma sílaba, é bem comum que esta seja repetida para dar um ritmo, um balanço. Assim, Beibei é o peixe, Jingjing, o panda, Huanhuan a Chama Olímpica, YingYing, o antílope tibetano e Nini, a andorinha.
Juntas, as cinco sílabas iniciais dos nomes formam uma frase: "Beijin huanying ni". Traduzindo, "Beijing dá boas-vindas a você".
Os mascotes ainda simbolizam os cinco elementos da natureza, para os chineses: o mar, a floresta, o fogo, a terra e o céu.
Beibei–Peixe e água simbolizam prosperidade e colheita, além de abundância
Jingjing – O panda traz pinturas de porcelana da dinastia Song (960-1264 AC) nas roupas e significa o cuidado com a proteção da natureza
Huanhuan –O irmão mais velho é também o símbolo da paixão pelo esporte
Yingying –Ágil, representa a cultura da região Qinghai-Tibete
Nini – A andorinha, desenho mais tradicional das pipas por aqui, representa um dos principais passatempos chineses
quarta-feira, 19 de dezembro de 2007
Duoshao qian?
Até aí, tudo bem. Tinha algumas dúvidas sobre o que era, afinal, o RMB que via em alguns sites, e não foi difícil perceber que se tratava de uma abreviação para Renminbi, nome da moeda do país. Ok.
No dia-a-dia beijinense, no entanto, eis que me aparece kuai pra cá, kuai pra lá, as vezes mesmo até escrito em alguns lugares desse jeitinho: 元. Não demorou muito pra que eu fizesse a associação com o "pila" gauchês. Se algo custasse 30 kuais, evidentemente, era quase como dizer: "É 30 pila". Logo, me apeguei ao bichinho kuai.
Apeguei tanto que usei o termo para designar a moeda no post sobre os Bichinhos estranhos de ontem. Hoje, quando o meu editor, o Jia, estava aqui conferindo o blog, o kuai chamou a atenção.
- Jana, por que escolheste kuai, em vez de Yuan? - perguntou.
- Ué, porque todo o mundo fala assim - disse, tri convicta.
Bueno, agora segue, então, mais uma aulinha de chinês (estou achando divertidíssimo aprender junto a vocês). Segundo o Jia, o Renminbi (Moeda do Povo) é o nome oficial do dinheiro, cuja abreviação é RMB. A unidade, por assim dizer, o nosso equivalente a Real (R$) é o Yuan (¥). Kuai, entretanto, é linguagem oral, dificilmente se usa para escrever o preço de alguma coisa. Mas está longe de ser uma gíria como o pila - ainda mais regional, pois se usa em todo o país.
Para simplificar, seria assim. É bom saber que o nome oficial da moeda na China é Reminbi, que os preços virão quase sempre grafados com o Y cortado duas vezes nas etiquetas e placas, mas que na hora de perguntares: "Duoshao Qian?" ("Quanto Custa?), provavelmente o chinês te responderá alguma coisa acompanhada de Kuai. Ah, claro, é bom que aprendas os números, mas isso já é outra história... Até porque a gente nunca sabe quando vai querer comprar uma lembrancinha, como estas quinquilharias abaixo.
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E, novamente, cá estou eu num computador em que não consigo achar acentos e caracteres especiais. Como eu tenho anjos da guarda, eis que a Tati Lopes, na redação em Porto Alegre, editou o post e o deixou num português correto. Xiexie, querida!
Quinta é dia de samba
Beijing tem escola de samba, sim, senhor, a SambAsia.
Agora, engana-se quem pensa que isso é coisa de brasileiro expatriado que fica doido pra mostrar toda a malemolência e a intimidade com a bateria. O samba aqui é negócio sério, é arte, trabalho e diversão, como tem de ser. E pela foto ali de cima, fica fácil perceber que os olhinhos puxados estão dominando o pedaço.
Quem trouxe o samba para Beijing foi o Jimmy Biala, norte-americano de São Francisco, filho de filipinos. Na bagagem, além de uma vontade grande de ensinar por aqui, Jimmy trouxe o que aprendeu na Bahia e nas baterias da Mangueira e da Mocidade, no Rio. O resultado que já se escuta? Samba. E samba-reggae.
Volta e meia o SambAsia faz apresentações na noite da capital chinesa. Eu costumo ir, sempre que posso. Amanhã, eles se apresentarão no Yu Gong Yi Shan - e é aí que está um detalhe especial pra mim. A casa é reduto de música, digamos, alternativa. Novas bandas, estilos, experimentações. E lá está o nosso querido samba, num lugar equivalente, em Porto Alegre, ao Dr. Jeckyll, ao Garagem, ao Ocidente. Outra casa que costuma receber o SambAsia é o Mao Livehouse, que poderia ser considerado ainda mais underground, por assim dizer.
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Pra voltar ao samba...
O pessoal do SambAsia está se preparando para eventos no ano que vem, ano de Olimpíada e que poderá ser, também, o ano do primeiro carnaval na avenida por aqui. Pra preparar o povo, estiveram em Beijing o mestre Jorge Alabê, que ensinou tudo o que sabe de bateria para os ritmistas.
Já a Renata Secco veio mostrar o samba no pé e dar aulas não só de dança, mas sobre o jeitinho sensual brasileiro, a ginga e o requebrado. O resultado, só sentindo ao vivo. Mas eu, que pude acompanhar as passistas desde o início das aulas e depois tive o prazer de vê-las no palco, arrisco a dizer: aqui do outro lado do mundo, as meninas levam jeito!
Ah, no total, as aulas de bateria da SambAsia, que ocorrem todos os finais de semana, reúnem cerca de 120 estudantes. As apresentações costumam ter a participação de entre 20 e 30 ritmistas "master".
Ali embaixo, vocês podem curtir um pouco do que o povo apronta por aqui.
E, pro caso de algum brasileiro estar perdido em Beijing, não posso deixar de dar o serviço para vocês do show desta quinta. Lá vai:
O quê: SambAsia ao vivo
Quando: Quinta, às 22h
Onde: YuGongYiShan Club
Zhangzizhong Lu 3-2, Dongcheng, Beijing
Jimmy é o responsável pelo samba em Beijing. Viva o Samba. Axé! (Crédito: Zhu Rui/Especial)
Jimmy comanda a bateria em festa que teve direito até a churrasco (Crédito: Zhu Rui/Especial)
Na ponta da língua, Toque de Timbaleiro. Maior sucesso por estas bandas! (Crédito: Janaína Silveira/Especial)
A dançarina Renata Secco passou um mês em Beijing ensinando o samba (Crédito: Zhu Rui/Especial)
Uma amiga aqui classificou o samba como uma dança sensualmente saudável. Concordas? (Crédito: Zhu Rui/Especial)
Renata e Jorge Alabê se despediram dos alunos em Beijing com uma apresentação (Crédito: Zhu Rui/Especial)
terça-feira, 18 de dezembro de 2007
Bichinhos estranhos
É botar o pé na China pra receber um e-mail, scrap, messenger ou sinal de fumaça perguntando: "E aí, já comeu escorpião?".
Minha resposta, até agora, pelo menos, é não. Pra desapontamento geral, a resposta pra segunda pergunta também é negativa: "Tá, mas carne de cachorro já, né?". Tenho uma paixão grande por gastronomia, sou boa de garfo, manjo pouco de cozinha - infelizmente - e sou parceira pra muitas aventuras no delicioso mundo das misturas de ingredientes. Mas, ai, inseto e carne de cachorro, tou passando.
Agora, querem saber? Eu não vejo inseto por aqui nos lugares. Existem, em restaurantes, espetinhos de bichos-da-seda, e dizem que é crocante. Quem nunca comeu uma tatuíra frita retirada do mar? Eu já. Acho que o sabor deve ser parecido. Então, pra mim, até aí, tudo normal.
Pra ver insetos meeeeeeesmo em espetinhos e fotografar para vocês, fui a Wangfujing. Casualmente... uma avenida superturística aqui de Beijing, centro de compras para estrangeiros. Logo, comida chinesa pra inglês ver.
Aliás, perguntando pra amigos meus aqui, eles não comem estas especiarias, nem fazem a mais mínima questão de. Vale o passeio e o folclore. E observar algum estrangeiro curioso que se aventure nos sabores exóticos.
Um brasileiro amigo meu, aliás, provou o escorpião. Diz que é crocante. Tem o gosto da casquinha e do óleo. Bueno, se alguém estiver de malas prontas pra vir pra cá e quiser provar, pode me contar depois. Já sabem o endereço: Wangfujing!
Ah, quanto à carne de cachorro. É o seguinte. Esta é mais uma especiaria coreana que chinesa. Eu nenhum restaurante a que eu tenha ido, vi a dita cuja. Logo, não é tão comum assim. Até hoje, só uma chinesa que conheci aqui disse que aprecia, ainda assim, numa espécie de sopa.
Gerson, tu me perguntaste sobre outras carnes e ainda sobre toda a gama de cores, sabores e texturas da comida chinesa. Nossa, fico devendo por hoje, mas, sério, ô, gente que sabe cozinhar! Tenho me apaixonado tanto pelos pratos daqui... Nham! Prometo, logo, logo, começar a falar sobre as delícias daqui.
Aula de chinês: Acima dos números, está o caracter para espetinho - chuan'er, na pronúncia em chinês
Estrela-do-mar também é atração. O espetinho mais caro sai por 3 kuais, ou cerca de R$ 1
Nos espetinhos coloridos, muitos bichos não foram identificados por esta que vos escreve
Em Wangfujing, diversas barraquinhas iguais a esta se espalham lado a lado
Pra matar a sede, água de coco, bem mais fácil
A vida fácil chinesa
Por um motivo qualquer, um dia um brasileiro decide morar na China. "É fácil?", se perguntam alguns. "Olha", digo eu, "difícil é que não é". Pelo menos aqui em Beijing. Pelo menos para trabalhar na Xinhua, no Departamento de Língua Portuguesa, onde há 12 colegas chineses que falam português, a maioria dos quais já morou ou no Brasil ou em Portugal.
Eu me considero uma sortuda. Já na chegada ao aeroporto, sem saber muito o que iria encontrar ao desembarcar, vi meu nome num folha de ofício: "Janaína Silveira". Era eu, certo, e quem segurava o papel era uma chinesinha sorridente e falante, descobri esta segunda característica poucos minutos depois.
Mariana, ou He Meng, o nome chinês que só fui saber muito tempo mais tarde, é a minha melhor amiga aqui. Colega de trabalho, é ela quem me ensina sobre as culturas antiga e moderna chinesas, explica o modo de ser dos adolescentes, dos mais velhos, dos jovens casais, tem conselhos sentimentais ótimos e, como uma cerejinha do bolo, sabe fazer piada como ninguém.
A Mariana vive me ensinando, corrigindo, mostrando. Qual minha supresa hoje, ao chegar ao trabalho, e descobrir que essa menina esteve aqui no blog comentando! Pois se você clicar aqui, vai ver que ela teve a gentileza de nos contar a origem da expressão Mamahuhu. Olha, aulas de chinês com quem entende, é privilégio para poucos, acredito. Fico feliz de que tenhamos a companhia desta guria por aqui!
Ela está aí ao lado comigo, em foto tirada ainda no verão, quando me levou às compras pela primeira vez.
***
Não responde exatamente ao Jorge Cesar, que, por e-mail, me perguntou se aqui dá para sobreviver sem dominar o idioma. Olha, Jorge, é assim. Eu estou em Beijing, onde o inglês ajuda muito. Não em todos os restaurantes, mas é possível apontar os pratos pelas fotos no cardápio, pelo menos. Agora, ir a médico, resolver burocracias, etc... nestes casos, você precisará de um intérprete, sim.
Eu conheço alguns brasileiros por aqui, muitos dos quais não falam o chinês. Todos se viram, não tenha dúvidas. Mas eu, por exemplo, estou fazendo aula de chinês. Quero aprender esta língua. E tem horas em que ajuda. Me sinto superfeliz a cada passinho no mandarim. Tenho a impressão de que em cidades do interior, a vida sem mandarim seja ainda mais difícil.
Sobre entrar no país, é tranquilo, sim. O visto de turismo depende de alguns trâmites, assim como o de trabalho, mas se você tem uma empresa aqui o contratando, não há problemas - a não ser, cumprir as etapas para pedir o visto.
Agora, claro, só para completar este papo de mandarim ou não mandarim.
Eu vejo que as pessoas aprendem rápido o que mais lhes interessa - à exceção do universal "xiexie", claro, que é "obrigado" (e boa educação todo o mundo gosta). Tem gente que precisou pedir rápido "cubo de gelo", pois aqui as bebidas muitas vezes não são geladas como nós brasileiros apreciamos, tem gente que precisou aprender rápido "dobre à esquerda", "dobre à direita" na hora de guiar o taxista até em casa.
Agora, respondendo ao Domingues, "Garçom, traz mais uma" é a tradução literal pra uma das primeiras frases que aprendi aqui - veja o que são os amigos conhecerem bem a amiga, mesmo distante! É assim, já ensino a vocês: "Fuwuyuan, zai lai yi ge!". Só tive de decorar rapidinho uma segunda frase (lembram que disse que aqui o gelado não é tão comum assim?): "Bing de pijiu" - "cerveja gelada"! Não custa nada lembrar ao garçom do que gostamos, não é mesmo?
segunda-feira, 17 de dezembro de 2007
Da China para Cornélios
Mas sobre as dificuldades da língua, prometo escrever mais num outro dia. O que eu acho mesmo interessante no "mamahuhu" é que a palavra é, na verdade, a junção de cavalo e tigre. Cavalo+Tigre: eis um mais ou menos chinês.
Engraçado mesmo foi ele perguntar sobre uma lenda urbana de Terra de Areia: Lauro Quadros nasceu ou não em Cornélios? Eis a Polêmica pra muitos de lá. Olha, das histórias que sei, sim, ele nasceu em Cornélios. Povo aí do clic na Redação em Porto Alegre. Me ajudem a descobrir esta, por favor. Quem sabe o próprio Lauro nos responde por aqui?
Bem, pra quem não conhece, Terra de Areia é um município do litoral norte gaúcho, que fica bem à beira da BR-101. Quem opta pela federal na hora de ir para Santa Catarina, certamente já passou por ali. Vizinha a Capão da Canoa, é num dos caminhos para o balneário que fica a localidade - ou distrito - de Cornélios.
Nas margens da Lagoa dos Quadros, tem uma ponte que, para mim, é cartão postal.
Gerson, vamos esperar, então, se desvendamos esta lenda urbana.
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Não estou migrandos os comentários dos internautas, infelizmente. Mas aqui copio um da Mariana, sobre o Mamahuhu
Aqui está a lenda sobre Mamahuhu. Ma é cavalo. Hu é tigre. Antigamente, havia um pintor. Um dia, ele estava a pintar um tigre. Na hora de terminar a cabeça do tigre, um vizinho dele vim para pedir uma pintura dele. Ele aproveitou a cabeça do tigre que já pintou, e adicionou um corpo de cavalo. O vizinho perguntou: o que é isto? O pintor respondeu: Mamahuhu (cavalo cavalo tigre tigre).
O pintor tem dois filhos. O filho mais velho viu uma vez um cavalo, e pensou que era tigre e matou o cavalo. O pintor tinha de recompensar o cavalo. Outro filho viu um tigre, mas pensou que era cavalo e ia montá-lo, mas foi mordido pelo tigre, e morreu. O pintor ficou muito arrependido. E a partir daí, Mahu (Cavalo Tigre) se tornou um adjetivo como Mais ou Menos. Ex: Ele é um homem Mahu. Mamahuhu é uma expressão mais oral e se usa sempre assim: Como vai? Mamahuhu.
Mariana (He Meng)
Tajia hao
Foto: Cláudio Meirelles, Especial
Praticamente um "Oi, pessoal" chinês, a expressão que dá título a este post quer saudar quem já andou por aqui.
Codevilla, volta sempre mesmo. Espero que os teus passeios sejam bem legais.
Quaresma, tou contando contigo pra me acompanhar certo!
Patrícia, nao é que vim para longe mesmo?
Juliano, eu aqui há seis meses e tu sai com um chinês que me dá de dez a zero.
Mari, agora que nasceu o filho, segura a criança. Tu me ajuda?
Ana, vamos trazer pandas em breve pra cá!
Aline, vai dizer, paixão é sempre bom. Quanta honra!
Ricardo, coca-cola de graca, ainda não vi, não. Sempre pago, isso se conseguir dizer o kele, numa pronúncia difícil e que serve para pedir o consagrado refrigerante. Aliás, ainda não decorei como pede a versão light, a que eu mais gosto.
Ernani, hoje mesmo li uma notícia sobre uma feira de calçados na tua cidade. Bom te ver por aqui! Seria um prazer ouvir tuas histórias de sete anos de China. Deves ter acompanhando muita mudança, e passado por belas aventuras.
Melão, ai, poizé, as marcas chinesas de cerveja são outras... Saudades!
Ale, vou mandar sempre curiosidades pra vocês.
Rosane, seguinte. A China vale muito uma viagem a turismo, sim, com tempo para curtir as cidades, as pessoas. Se precisares de uma ajuda pra guia/roteiro, estamos aqui. Aliás, te devo um post pra contar sobre a Grande Muralha, né? Até hoje, só visitei um ponto, justamente onde ela se encontra com o mar!
Ana, seis meses passam rapidinho, né? Saudades de uma festa bem brasileira. Aliás, acho que preciso escrever também um pouco sobre as baladas por aqui. Que tals?
Fleury, tou esperando a visita!
Julia, tua dica de blog é sensacional. Ri muito com o post sobre "Você sabe que está há muito tempo na China quando...". Gente, vale o clique em Amante na China.
Fabiano, rumo ao bilhão de posts. Quero te ver comentando aqui também.
André, bom saber que estás aqui. Aliás, sabe que eu estava com passagem comprada pra Xian e não fui? Tudo certinho para pegarmos o trem na sexta-feira e vermos de perto os guerreiros. Na quinta-feira, a Xinhua, agência onde trabalho aqui, publicou uma matéria dizendo que mais da metade do museu ficaria fechada por seis meses - abre lá por abril ou maio - para reformas. Moral da história. Como pretendo ficar mais tempo por aqui, resolvi esperar pra ver a exposição completa. De guerreiros de terracota, entendes mais do que eu.
;)
Tati, até maio, ao vivo!!
Gis, adorei tua visita. Vem pegar carona, sim.
Gerson, teu comentário me deixou com a pulga atrás da orelha. Sim, o povo de Terra de Areia é gente boa. Tu és de lá também? E por que falaste o mamahuhu? ;) Já vieste pra China? Vizinho do Vale do Sinos, anotada a tua sugestão sobre as comidas.
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Bueno, e tem a Cássia, que não comentou ali embaixo, mas andou fazendo propaganda no O Dia Se Espatifa, o delicioso blog da minha antiga editora. Espiem aqui. Ah, aliás ela fala sobre o hino do Inter em japonês. E nao é que muito me honra o fato de este blog ter comecado no dia do primeiro aniversário da conquista do Colorado em terras orientais?
Abrindo os trabalhos
E então chega o dia de viajar para a China.
Antes de botar o pé por aqui, as informações que se tem sobre o país vêm, em geral, acompanhadas de adjetivos como mega, gigante, super... Frases de efeito para impressionar e aguçar a curiosidade.
A China é a bola da vez, potência econômica que cresce espantosamente (outro dos adjetivos de dar medo) e sobre a qual o mundo inteiro discute. Da pirataria a preocupações ambientais, as decisões que se tomam do lado de cá do globo têm reflexo bem além dos vizinhos asiáticos. Importam a você, ao seu governo, às bolsas, ao mercado financeiro, aos ambientalistas.
Não bastasse ser grande e populoso, o país dos superlativos tem uma história milenar. Ah, a história milenar. Templos, filosofias, estilo de vida. Gastronomia, indumentária, obras arquitetônicas... Alguém aí sabe se é possível ver a Muralha da China lá da distante lua?
Agora, ainda chama a atenção por ser sede da Olimpíada de 2008. De 8 de agosto do ano que vem até o dia 24, Beijing - e outras seis cidades: Hong Kong, Shanghai, Qindao, Qinghuangdao, Shenyang e Tianjin - receberão os jogos.
Aqui, o espírito de "Um Mundo, Um Sonho", o slogan desta edição, se respira a cada esquina, no supermercado, nos comerciais da televisão, nas revistas, nos outdoors pelas ruas. Estando por aqui, é possível perceber a transformação de Beijing - onde ocorrerão a maior parte das competições - para receber o evento. E é legal descobrir que nesta confusão gigantesca de gentes, é também fácil se encantar com o detalhe, com o jeitinho brasileiro nos moldes chineses, com as diferenças abissais entre o que nos é tão familiar e com semelhanças antes inimaginadas - pelo menos, pra mim.
Bueno, estando por aí, querido leitor deste novo blog, espero que você descubra junto comigo todas as delícias de morar na China e acompanhe bem de pertinho as mudanças rápidas deste país e os preparativos para a Olimpíada 2008. Então, entre e fique à vontade, sempre.
Ei, claro, talvez fosse de muito bom tom me apresentar.
Jornalista gaúcha nascida em São Leopoldo e criada em Terra de Areia, trabalhei no clicRBS em duas oportunidades. A primeira, de 2000 a 2003 e a segunda, de 2005 a 2007. Depois disso, vim para a China. Fazer o que mesmo, muita gente pergunta. Estou trabalhando no Departamento de Língua Portuguesa da Agência de Notícias Xinhua. A redação fica em Beijing, a capital do país, onde já vivo há seis meses.
Cheguei aqui no dia 12 de junho de 2007, dia dos namorados. Terá sido por isso que me apaixonei pela cidade?
** Zai Jian (Até logo)