quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

Quinta é dia de samba



Beijing tem escola de samba, sim, senhor, a SambAsia.

Agora, engana-se quem pensa que isso é coisa de brasileiro expatriado que fica doido pra mostrar toda a malemolência e a intimidade com a bateria. O samba aqui é negócio sério, é arte, trabalho e diversão, como tem de ser. E pela foto ali de cima, fica fácil perceber que os olhinhos puxados estão dominando o pedaço.

Quem trouxe o samba para Beijing foi o Jimmy Biala, norte-americano de São Francisco, filho de filipinos. Na bagagem, além de uma vontade grande de ensinar por aqui, Jimmy trouxe o que aprendeu na Bahia e nas baterias da Mangueira e da Mocidade, no Rio. O resultado que já se escuta? Samba. E samba-reggae.

Volta e meia o SambAsia faz apresentações na noite da capital chinesa. Eu costumo ir, sempre que posso. Amanhã, eles se apresentarão no Yu Gong Yi Shan - e é aí que está um detalhe especial pra mim. A casa é reduto de música, digamos, alternativa. Novas bandas, estilos, experimentações. E lá está o nosso querido samba, num lugar equivalente, em Porto Alegre, ao Dr. Jeckyll, ao Garagem, ao Ocidente. Outra casa que costuma receber o SambAsia é o Mao Livehouse, que poderia ser considerado ainda mais underground, por assim dizer.

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Pra voltar ao samba...

O pessoal do SambAsia está se preparando para eventos no ano que vem, ano de Olimpíada e que poderá ser, também, o ano do primeiro carnaval na avenida por aqui. Pra preparar o povo, estiveram em Beijing o mestre Jorge Alabê, que ensinou tudo o que sabe de bateria para os ritmistas.

Já a Renata Secco veio mostrar o samba no pé e dar aulas não só de dança, mas sobre o jeitinho sensual brasileiro, a ginga e o requebrado. O resultado, só sentindo ao vivo. Mas eu, que pude acompanhar as passistas desde o início das aulas e depois tive o prazer de vê-las no palco, arrisco a dizer: aqui do outro lado do mundo, as meninas levam jeito!

Ah, no total, as aulas de bateria da SambAsia, que ocorrem todos os finais de semana, reúnem cerca de 120 estudantes. As apresentações costumam ter a participação de entre 20 e 30 ritmistas "master".

Ali embaixo, vocês podem curtir um pouco do que o povo apronta por aqui.

E, pro caso de algum brasileiro estar perdido em Beijing, não posso deixar de dar o serviço para vocês do show desta quinta. Lá vai:

O quê: SambAsia ao vivo
Quando: Quinta, às 22h
Onde: YuGongYiShan Club
Zhangzizhong Lu 3-2, Dongcheng, Beijing


Jimmy é o responsável pelo samba em Beijing. Viva o Samba. Axé! (Crédito: Zhu Rui/Especial)


Jimmy comanda a bateria em festa que teve direito até a churrasco (Crédito: Zhu Rui/Especial)


Na ponta da língua, Toque de Timbaleiro. Maior sucesso por estas bandas! (Crédito: Janaína Silveira/Especial)


A dançarina Renata Secco passou um mês em Beijing ensinando o samba (Crédito: Zhu Rui/Especial)


Uma amiga aqui classificou o samba como uma dança sensualmente saudável. Concordas? (Crédito: Zhu Rui/Especial)


Renata e Jorge Alabê se despediram dos alunos em Beijing com uma apresentação (Crédito: Zhu Rui/Especial)

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