quarta-feira, 4 de março de 2009

Viagens chinesas

Sexta francesa
Após filmar umas duas horas dentro de uma mesquita, a mais antiga de Beijing, fui encher a cara num boteco francês, com amigos franceses e brasileiros e finalmente beijei o francês que eu tava afins. Que me contou que mora com a namorada, que está em tempo indefinido no país dela. Ó vida, ó céus, ó azar.

Sábado chinês
Após vagabundear o dia inteiro e antes de me deliciar num dos melhores restaurantes de comida chinesa a que fui até agora (tá no meu blog), fui fazer uma massagem. Deito de bruços, o chinesinho aperta minhas costas, numa espécie de shiatsu, mas bem mais dolorido. Falou pouco, eu também tava mais a fim de descansar. Quando chega o momento de apalpar a minha bunda, acho que na segunda mãozada, veio a pergunta.

- De onde você é?

Sério, foi engraçado.

Domingo búlgaro
Após conhecer o paraíso literário de Beijing (tá no meu blog), fui jantar com duas amigas, uma egípcia e uma búlgara. Esta última relembrou os tempos de infância e adolescência, quando cresceu sob o regime comunista. Quando o país se abriu, o primeiro presente da mãe foi um lindo diário com cadeado, que a deixou maravilhada e livre pra escrever o que bem entendesse. Até que um dia a mãe mostrou como abria o cadeado usando um grampo de cabelo. No comunismo, pelo menos as pessoas não tem a falsa sensação de privacidade.

Segunda árabe
Minha amiga árabe me levou no melhor libanês, restaurante, que conheço até agora aqui em Beijing. Só me falta mesmo o kibe cru, apesar de a beringela gratinada deixar saudades. Tanto o gerente palestino quanto a egípcia e o chef alguma coisa não fazem idéia do que eu falei. Pois a egípcia contou uma conversa que teve com outra colega da Xinhua, esta do Iemen.

- Sabe que no Iemen poucas mulheres usam véu como eu - disse a garota, que tem a cabeça coberta pelo tecido, bem atado logo abaixo do queixo.

- Verdade? - replicou minha amiga espantada.

- Sim. A grande maioria deixa só os olhos de fora.

Estas são as explicações da nossa iemenita pra lá de moderna

Terça espanhola
Após assistir a Vicky Cristina Barcelona, cair de novo de amor por Barcelona, me decepcionar com os beijos - que imagina serem ardentes - entre a Scarlet e a Penélope e rir muito da pobre da Cristina, justamente a personagem da Scarlet, que se acha meio incopetente e sabe falar chinês (motivo de piada para a gostosa Penélope), saí para jantar com dois casais espanhóis no melhor japonês custo-benefício da cidade e tomar uma das melhores cervejas do mundo, a Asahi Super Dry, que em chinês chamamos JiaoRi.

Um dos espanhóis trabalha como crítico literário e fez mestrado em alguma coisa por aí. Foi uma das únicas pessoas que me deixou com calor ao descrever o frio: "me trepa por los pies hasta erizar los pelos de mi nuca".

Um comentário:

Silvia Simeonova disse...

I recognized myself in this post :) Big Bulgarian hug :)