segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

Vou de táxi


Os táxis são estes com duas cores, como azul e amarelo
Foto: Jana Jan/Chinainblog

Andar de táxi em Beijing é fácil. E também um mistério. A cidade tem uma boa frota e os preços são incrivelmente em conta - na comparção a Porto Alegre ou São Paulo, por exemplo. Dá pra percorrer bons trechos e não pagar além de US$ 5. E acredite, isso é muito, muito trecho rodado...

Agora, só tem um probleminha básico. A comunicação! Não sabe falar chinês? Duas coisas: conte com a sorte de achar um taxista que fale inglês (olha, pela minha experiência aqui de sete meses, não há muitos) ou DESISTA de tentar explicar onde queres ir, caso não tenhas uma base de mandarim.

Então é impossível andar? Claro que não. Ali no início eu não expliquei que era fácil? Então, é facinho, facinho. O segredo é o seguinte: tenha sempre um endereço escrito em chinês (com os caracteres, não com a pronúncia, isso não funciona). É básico conseguir: imprimindo na internet (pra ir a um restaurante, por exemplo) ou pedindo pra um amigo chinês escrever. Outro segredo: telefone pra um chinês explicar ao taxista. Aliás, telefone aqui é artigo de primeira necessidade, justamente pra ser ajudado por alguém que já está há mais tempo na cidade.

Mostrando o endereço ou pedindo pra que alguém indique ao motorista, relaxe. Eles não costumam pegar caminho mais longo, enrolar estrangeiro e tals. Eu, pelo menos, acho que não. Tive pouquíssimas experiências ruins, e fica por conta da exceção - gente que gosta de passar a perna tem em todo o lugar. Não é a regra mesmo. Fique tranqüilo pra cortar as ruas de Beijing de táxi.

Hm... mas eu queria contar uma outra coisinha que me chama muito a atenção por aqui. Tem horas em que eles param, mas daí eles resolvem não te levar pra onde tu pediu. Simples assim. Te mandam descer do táxi e era isso. Como eu não sei o 156 deles pra ligar pra EPTC deles aqui, fico sem saber pra quem reclamar. Eu e mais uma pá de gente.

Sábado aconteceu de novo. Eu e Paula estávamos querendo sair e eu - que já não uso mais cartõezinhos pra pedir onde ir - pedi:

- Women yao qi Nanluoguxiang. Ni zhidao ma? (Queremos ir a Nanluoguxiang. Você conhece?, que em caracteres ficaria 我们要去南锣鼓巷。你知道吗?) - perguntei.

E o taxista disse que não, ante o que fiz várias outras tentativas: Zhangzizhonglu Zhan (张自忠路站,o nome de uma estação do metrô)? Guloudongdajie (鼓楼东大街,uma rua perpendicular a que eu queria ir)? Houhai (后海)essa, uma das áreas mais famosas pelos bares pra estrangeiros). Nada, ele disse que não conhecia nada. Certo que era má vontade. Ninguém que seja taxista numa cidade pode não conhecer lugares tão óbvios.

Aí foi engraçado, eu e a Paula, minha amiga/jornalista/gaúcha com quem eu divido apartamento aqui, ao mesmo tempo, num chinês perfeito:

- Ni zhidao Beijing ma? (你知道北京吗?Você conhece Beijing?).

Mas é isso, negócio é descer do táxi, dar uma risada, esquecer o mau humor e curtir mais um pouquinho do frio a menos de zero. Pode ter certeza: outro táxi virá rapidinho, a cidade é cheia deles!

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