segunda-feira, 12 de maio de 2008

China vive pior terremoto em 30 anos


A China contabiliza as vítimas do terremoto de 7,8 graus na Escala Richter ocorrido às 14h28min (horário local) desta segunda-feira em Wenchuan (汶川) província de Sichuan (四川), sudoeste do país. Números desencontrados do início desta madrugada dão conta de entre 3 mil e 8 mil mortos - 8.533 segundo o site mais popular por aqui, o sina.com.

No início da tarde, 14h44min, recebo uma mensagem da Paula Coruja, jornalista gaúcha que mora comigo e trabalha na Xinhua, na redação em Beijing: "Guria, aconteceu um terremoto aqui, os elevadores estão parados".

Contei para a Tati Klix e achamos que pudesse ser um tremor menos grave. Não tardaram outras mensagens da própria Paula e também da Mariana.

Diversos amigos sentiram a terra tremer em Beijing. Em Shanghai, contou um guia de turismo aqui de Yangshuo, onde estou, os tremores foram sentidos ao longo de cinco minutos - e muita gente teve de deixar os prédios mais altos.

Locais foram evacuados também em Chongqing, nosso destino desta quarta-feira (estou com a Tati em férias). Segundo o repórter da TV estatal CCTV Zhou Yun, que vive em Chongqing, durante a tarde houve problemas nos sinais de celular. Lá, muitas pessoas correram às ruas para se proteger. A cidade confirmou mortos, mas não está entre as mais atingidas pelo terremoto. Amanhã, veremos de perto a situação.

Pelo país, as televisões estão ligadas nos noticiários. Por volta da meia-noite, horário local, o único mercadinho aberto tinha a TV ligada. O casal de donos, de olho grudado na tela. Não entendi muito do que disseram. Mas falaram em mais de 8 mil mortos e foi possível sentir o clima de comoção.

No msn, o tema terremoto também é o mais falado comigo tanto dos amigos no Brasil, querendo saber como e onde estamos, assim como dos amigos aqui, assustados com a tragédia.

Pior em décadas

O terremoto foi o pior em 32 anos na província de Sichuan. Como vou para mais perto nesta terça, recebi advertências de amigos como a Mariana e o Paul, de que talvez fosse melhor não ir para Chongqing. A brasileira Gisele Akiko, que mora na capital chinesa, onde estuda mandarim, também não aprova. Apesar de não ter sentindo o tremor desta tarde, está assustada.

O sentimento geral por aqui é que o número de vítimas deverá aumentar. O Felipe Barreto, outro jornalista que adotou Beijing como endereço, continua apreensivo - e triste - com as notícias que chegam. Depois do tremor principal, outros 19 se sucederam, todos com mais de 5 graus na Escala Richter. Ele (e vocês podem também) acompanha os registros dos abalos por aqui.

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